Restam 245 mil sobreviventes do Holocausto em todo o mundo
O número de sobreviventes judeus do Holocausto é de 245 mil, dos quais quase metade (49%) vive em Israel, segundo um estudo realizado pela Claims Conference, uma organização privada criada em 1951 que centraliza queixas judaicas contra a Alemanha.
© Universal History Archive/Universal Images Group via Getty Images
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Segundo o estudo demográfico, que a organização apresenta como inédito pelo seu detalhe e que se baseia em testemunhos verificados com documentação, a idade média dos sobreviventes é de 86 anos, os mais novos têm 77 e os mais velhos são centenários, havendo um caso nascido em 1912.
No estudo, contaram-se mais mulheres (61% do total) do que homens.
Os judeus sobreviventes são encontrados em 90 países: além de Israel, predominantemente na Europa ocidental (18%), nos Estados Unidos (16%) e em países da antiga União Soviética (12%).
Por país, destaca-se o número de sobreviventes em França (21.900, 09% do total), à frente da Rússia e da Alemanha.
A organização indica que, graças aos seus esforços de negociação com o governo alemão, 40% do total recebem um pagamento mensal, e os restantes podem optar por pagamentos anuais ou um prémio único. Dois terços já receberam pelo menos uma transferência.
Quanto à origem dos sobreviventes, destacam-se os nascidos na antiga União Soviética (47%), à frente dos oriundos da Europa de Leste (22%) e do Magrebe (21%). Apenas 10% nasceram na Europa ocidental.
Dos nascidos no Magrebe, a maioria emigrou para França, o que explica o peso da comunidade judaica francesa.
A organização Claims Conference, que nos seus 70 anos de existência se dedicou a compensar estes sobreviventes, destaca que "nenhuma quantia pode justificar a destruição de vidas humanas, comunidades e culturas, nem os esforços para aniquilar o povo judeu", ou "aliviar o sofrimento físico e psicológico e as perdas financeiras de alguns sobreviventes".
Além disso, trata-se de "reconhecer o seu sofrimento e preservar as suas histórias para que permaneçam como registos históricos".
O Holocausto é uma consequência da política de "solução final" adotada pelo regime da Alemanha nazi no seu programa de extermínio em grande escala da população judaica europeia durante a II Guerra Mundial.
Estima-se que cerca de seis milhões de judeus tenham sido aniquilados naquele período.
No sábado assinala-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, ou Shoah na designação em hebraico, que coincide com o aniversário da libertação pelo Exército Vermelho soviético do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polónia ocupada, em 27 de janeiro de 1945, e onde foram eliminadas acima de um milhão de pessoas, na maioria judeus, mas também ciganos, testemunhas de Jeová, homossexuais e prisioneiros de guerra de diversas nacionalidades.
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