Candidato a 'Spitzenkandidat' do PES quer "alterar sondagens"
O único candidato a 'Spitzenkandidat' (cabeça de lista) do Partido dos Socialistas Europeus (PES) às eleições europeias disse hoje esperar que, na campanha, seja possível "alterar os resultados das sondagens", que apontam uma viragem à direita na União Europeia.
© Getty Images
Mundo Nicolas Schmit
"Sondagens são sondagens e nós estamos em campanha para alterar os resultados das sondagens, se é que essas sondagens estão corretas", declarou o atual comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, o luxemburguês Nicolas Schmit.
A declaração de Schmit surge após a divulgação de um estudo do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês), realizado com base em sondagens e modelos estatísticos, que antecipa uma "viragem acentuada à direita" nas eleições europeias, em junho próximo, com partidos populistas e eurocéticos a liderar as intenções de voto em um terço dos Estados-membros da União Europeia (UE).
Uma das vertentes analisadas no estudo é o impacto de tais resultados nas políticas 'verdes' europeias, pondo em causa por exemplo o Pacto Ecológico Europeu, descrito pelo socialista Nicolas Schmit como "um dos principais projetos desta Comissão" e que estipula medidas para alcançar zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2050 na UE.
"Temos de explicar os factos e também mostrar como é que o Pacto tem de ser implementado agora (...) de uma forma justa e equitativa", adiantou.
Schmit, o primeiro candidato principal ('Spitzenkandidat') a entrar oficialmente na corrida europeia, foi apresentado pelos socialistas luxemburgueses do LSAP e tem o apoio de todos os partidos que integram a família europeia do PES.
O nome do atual comissário europeu para o Emprego e Direitos Sociais será votado pelos delegados ao congresso do PES, marcado para 02 de março em Roma.
Refira-se que Schmit foi o único que se apresentou, no PES, à corrida para candidato a presidente da Comissão Europeia.
A figura dos candidatos principais, ou -- no termo alemão 'Spitzenkandidat' -- surgiu nas eleições europeias de 2014, com os maiores partidos europeus a apresentarem as suas escolhas para futuro presidente da Comissão Europeia.
No estudo divulgado pelo ECFR prevê-se que os grupos Identidade e Democracia (ID), de partidos de extrema-direita, e os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) registem "ganhos significativos" nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para 06 a 09 de junho.
As projeções indicam que partidos populistas com um euroceticismo enraizado vão emergir como líderes em Itália, França, Países Baixos, Hungria, Áustria, Bélgica, República Checa, Polónia e Eslováquia.
Por outro lado, surgem em segundo ou terceiro lugares em outros nove países: Portugal, Alemanha, Espanha, Bulgária, Estónia, Finlândia, Letónia, Roménia e Suécia.
Esta possível configuração do Parlamento Europeu, escrevem os coautores do relatório, Simon Hix e Kevin Cunningham, "é suscetível de colocar ameaças significativas a pilares cruciais da agenda europeia, incluindo o Pacto Ecológico Europeu, a continuação do apoio à Ucrânia e o futuro alargamento da UE".
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