Apesar de a sua margem de vitória para a única adversária, a ex-embaixadora Nikki Haley, ter sido apenas de 12 pontos percentuais (55 por cento contra 43 por cento), o facto de este estado permitir a votação a eleitores independentes provou que o ex-Presidente não tem apenas capacidade de influência dentro do seu partido.
Contudo, a derrota de Haley (que também já tinha ficado em terceiro lugar no Iowa) não foi suficiente para a demover de continuar na corrida das primárias republicanas, prometendo apostar todas as fichas na próxima etapa, marcada para o início de fevereiro na Carolina do Sul, onde já foi governadora (2011-2017).
Para os conselheiros de Trump, mais do que a vitória em New Hampshire (onde já tinha vencido nas primárias de 2016), o importante foi a boa prestação do candidato junto de quase todos os perfis de eleitores, homens e mulheres, jovens e mais idosos, mesmo nas minorias.
Haley esteve melhor junto do eleitorado mais moderado e junto dos eleitores com formação universitária, provando que Trump continua a não ter capacidade para se afirmar nesta tipologia política e académica, o que pode ser um dos seus pontos mais fracos no provável embate contra o candidato democrata para as eleições nacionais de 05 de novembro.
Dentro do Partido Republicano, o resultado de Trump (com 74 por cento dos votos, contra 25 por cento de Haley) mostra que o ex-Presidente tem um controlo quase absoluto entre os conservadores, o que deixa muito pouca margem para a sua adversária interna aguentar muito mais na corrida das primárias.
A ex-embaixadora também jogou no New Hampshire alguns dos seus principais trunfos políticos, com a campanha centrada na redução da despesa federal e a defesa de uma política externa mais interventiva, mas sem que isso representasse uma vantagem em termos eleitorais.
Do lado democrata, em New Hampshire, o nome do principal candidato, Joe Biden, não apareceu nos boletins de voto, após a sua decisão de querer empurrar o primeiro confronto das primárias para a Carolina do Sul, mas mesmo assim conseguiu "vencer" as eleições.
Os apoiantes do Presidente em exercício acabaram por escrever à mão o nome de Biden nos boletins de voto e os seus únicos adversários ficaram a muita distância das intenções de voto dos eleitores, com o congressista do Minnesota Dean Phillips a recolher apenas 20 por cento dos votos e a escritora Marianne Williamson a conseguir apenas cinco por cento dos votos.
Contudo, nem este sinal parece estar a animar a equipa de campanha de Biden, que continua preocupada com os baixos índices de popularidade do Presidente, quando as sondagens indicam que Trump o pode vencer a nível nacional nas eleições de 05 de novembro.
Ainda assim, estudos realizados no estado de New Hampshire revelaram que apenas metade dos eleitores republicanos que participaram nas primárias o consideram elegível se ele vier a ser condenado num dos quatro processos judiciais em que está envolvido.
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