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Marcha pró-Palestina em Roma no Dia da Memória indigna comunidade judaica

A comunidade judaica de Roma está contra a realização de uma marcha pró-Palestina prevista para a capital italiana no sábado, Dia da Memória das Vítimas do Holocausto, e pede às autoridades que proíbam o que classifica como "uma vergonha".

Marcha pró-Palestina em Roma no Dia da Memória indigna comunidade judaica
Notícias ao Minuto

13:50 - 25/01/24 por Lusa

Mundo Israel

"A manifestação pró-palestiniana em Roma seria uma derrota para todos. Não compreendemos como foi possível autorizarem-na para um dia que é uma efeméride internacional, para mais no contexto do 07 de outubro, um massacre antissemita [pelo grupo islamita palestiniano Hamas] como não se via desde os tempos dos nazis", declarou o presidente da comunidade judaica de Roma, Victor Fadlun.

Apontando que já se assistiu a "iniciativas semelhantes" a esta marcha agendada para o próximo sábado "degenerarem em manifestações de ódio, apelos à morte de judeus, bandeiras israelitas queimadas e ataques a polícias", Fadlun exortou na quarta-feira as "instituições, nacionais e locais, a impedirem esta vergonha".

"Pedimos responsabilidade e bom senso. As instituições devem tomar a única decisão possível: dizer não à marcha antissemita no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto", ou 'Shoah' em hebraico, declarou o responsável.

Para já, fontes do ministério do Interior italiano limitaram-se a indicar à imprensa italiana que estão a ser feitas "avaliações aprofundadas" a algumas manifestações anunciadas para 27 de janeiro.

A marcha pró-palestiniano marcada para sábado em Roma foi organizada pelo Movimento de Estudantes Palestinianos, é copatrocinada pela União Democrática Árabe-Palestiniana, pela Associação Palestiniana em Itália e pela comunidade palestiniana em Roma, e tem como objetivo denunciar "o genocídio que o povo palestiniano está a sofrer" e "desmascarar todas as inconsistências e hipocrisias de um sistema conivente que emprega dois pesos e duas medidas".

"Respeitamos profundamente as vítimas da Shoah, mas o dia 27 de janeiro, tal como está estruturado, é o túmulo da verdade, da justiça e da coerência. Se permitirmos que o sionismo continue o seu massacre e a sua limpeza étnica perpetrada na Palestina, esvaziaremos esta data de significado em detrimento das vítimas que foram e das que serão. E, nessa altura, a humanidade indiferente deixará de poder olhar-se na cara", lê-se num comunicado da organização.

Instituído em 2005 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto coincide com o aniversário da libertação, pelo exército soviético, do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, em 27 de janeiro de 1945 na Polónia ocupada pela Alemanha nazi, após a eliminação pelo Terceiro Reich de um número calculado em seis milhões de judeus.

Quase 80 anos separam este genocídio do massacre, no sul de Israel em 07 de outubro, de 1.140 pessoas, segundo as autoridades israelitas - algumas das quais sobreviventes do Holocausto -, numa operação sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas, dando origem à atual guerra na Faixa de Gaza.

O chefe do Governo de Telavive, israelita, Benjamin Netanyahu, descreveu o ataque do Hamas como "uma selvajaria nunca vista desde o Holocausto" e o Presidente israelita, Isaac Herzog, reforçou estas palavras, observando que "nunca foram mortos tantos judeus num só dia" desde o programa nazi de "solução final".

As evocações do Holocausto nunca mais pararam e viraram-se até contra Israel, à medida que as suas forças intensificaram a operação "Espada de Ferro" no enclave palestiniano, que, segundo o Governo local, controlado pelo Hamas, já deixou mais de 25 mil mortos, na maioria mulheres e crianças, uma catástrofe humanitária.

Leia Também: Sobrevivente do Holocausto apela no PE a Médio Oriente "livre de ódio"

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