Autor de incêndio em estúdio no Japão recorre da pena de morte
O responsável por um incêndio que matou 36 pessoas em 2019 num estúdio de animação recorreu da condenação à pena de morte, disse hoje um tribunal de Quioto, no centro do Japão.
© Lusa
Mundo Japão
O mesmo tribunal tinha na quinta-feira condenado à morte Shinji Aoba por um dos crimes com mais vítimas no arquipélago nas últimas décadas e que desencadeou uma onda de indignação no Japão e no estrangeiro.
Os advogados do homem, de 45 anos, considerado culpado de cinco acusações, incluindo homicídio, tentativa de homicídio e fogo posto, recorreram da sentença, disse um porta-voz do tribunal à agência de notícias France-Presse (AFP).
As vítimas mortais eram na maioria jovens empregados do estúdio, apelidado de KyoAni. Mais de 30 pessoas ficaram feridas.
De acordo com a AFP, Shinji Aoba queria vingar-se da KyoAni porque estava convencido que a empresa lhe tinha roubado uma ideia para um guião. A alegação foi rejeitada pelo estúdio e descrita pelos procuradores como um delírio.
Os advogados de defesa argumentaram que o homem não tinha "a capacidade de distinguir entre o certo e o errado" devido a perturbações psiquiátricas. No entanto, para o Ministério Público, o acusado tinha "premeditado o ato com forte intenção assassina e estava perfeitamente consciente dos perigos envolvidos" ao utilizar gasolina.
À semelhança dos Estados Unidos, o Japão é um dos poucos países democráticos a aplicar a pena de morte, executada por enforcamento.
A opinião pública japonesa continua a ser maioritariamente a favor da pena capital, apesar das críticas da comunidade internacional.
A última execução no país, onde mais de 100 condenados se encontram no corredor da morte, data de 2022.
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