"Decidimos, neste tempo desafiador, enquanto Câmara Municipal da Praia e cidade, capital de Cabo Verde, dar um sinal de que Cabral é fundamental e incontornável", afirmou o presidente da autarquia, Francisco Carvalho, após apresentação de outras atividades que vão ser realizadas durante este ano.
Segundo a mesma fonte, o concurso inédito no país sobre o pai das nacionalidades cabo-verdianas e guineenses vai estar aberto a todos, embora os regulamentos não tnham sido avançados.
Durante este ano, a autarquia do maior município do país pretende ainda construir uma Praça Amílcar Cabral, em Achada Santo António, o bairro mais populoso da Praia, com uma sala de leitura e busto.
Outra realização considerada "estruturante" pela autarquia será um Centro Municipal Amílcar Cabral, no bairro da Fazenda, obra que contemplará uma sala de conferências, biblioteca, sala de ensaios (dança e teatro), sala de gravação (áudio e vídeo), bem como uma cafetaria, dedicada à venda de lembranças.
Francisco Carvalho disse que as iniciativas são "contributos relevantes" na tarefa de "cumprir Cabral" e contribuir para o reconhecimento e valorização daquilo que a figura representa para a capital do país, onde viveu parte da sua vida.
"Queremos, assim, contribuir para aquilo que, a nosso ver, é fundamental, que é divulgar e trazer Cabral para a vida quotidiana da cidade, criando espaços que irão impulsionar a dinâmica social da nossa capital e do nosso município", frisou Carvalho, citado numa nota da autarquia, no âmbito da cerimónia, que contou com a presença do presidente da Fundação Amílcar Cabral (FAC), o antigo chefe de Estado cabo-verdiano Pedro Pires.
No sábado, Cabo Verde assinalou o Dia dos Heróis Nacionais, feriado que coincidiu com os 51 anos do assassínio de Amílcar Cabral, naquela que foi a primeira grande atividade para comemorar o centenário do nascimento, em 12 de setembro, com outras agendadas no país e no estrangeiro.
Filho do cabo-verdiano Juvenal Cabral e da guineense Iva Pinhel Évora, Amílcar Cabral nasceu na Guiné-Bissau em 12 de setembro de 1924, partiu para Cabo Verde com oito anos, acompanhando a sua família, onde viveu parte da infância e adolescência.
Posteriormente, foi fundador do então PAIGC, líder dos movimentos independentistas na Guiné-Bissau e Cabo Verde. Acabou por foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri, aos 49 anos.
Leia Também: CAN'2023: PR cabo-verdiano cancela viagem a Abidjan para apoiar seleção