Sobreviventes do Holocausto assinalam data de libertação de Auschwitz
Um grupo de sobreviventes dos campos de extermínio nazis assinalou hoje o 79º aniversário da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau durante a Segunda Guerra Mundial, numa cerimónia realizada no sul da Polónia, noticiou a AP.
© BARTOSZ SIEDLIK/AFP via Getty Images
Mundo Holocausto
Cerca de 20 sobreviventes de vários campos de concentração criados pela Alemanha nazi em toda a Europa depositaram coroas de flores e acenderam velas no Muro da Morte em Auschwitz.
Mais tarde, o grupo fará orações no monumento de Birkenau, em memória de cerca de 1,1 milhões de vítimas dos campos de extermínio, na sua maioria judeus. O memorial e o museu situam-se perto da cidade de Oswiecim.
Cerca de seis milhões de judeus europeus foram mortos pelos nazis durante o Holocausto - o assassínio em massa de judeus e de outros grupos na Segunda Guerra Mundial.
Para assinalar o Dia Internacional da Memória do Holocausto, os sobreviventes serão acompanhados pela Presidente do Senado polaco, Malgorzata Kidawa-Blonska, pelo ministro da Cultura, Bartlomiej Sienkiewicz, e pelo embaixador de Israel, Yacov Livne.
O tema das celebrações é o ser humano, simbolizado em retratos simples, desenhados à mão. O objetivo é sublinhar que o horror de Auschwitz-Birkenau reside no sofrimento das pessoas aí detidas e mortas.
Outras comemorações ocorreram em toda a Europa. Na Alemanha, onde as pessoas depositaram flores e acenderam velas nos memoriais das vítimas do terror nazi, o Chanceler Olaf Scholz afirmou que o seu país continuaria a assumir a responsabilidade por este "crime contra a humanidade".
Scholz apelou a todos os cidadãos para que defendam a democracia alemã e lutem contra o antissemitismo.
"Nunca mais é todos os dias", disse Scholz no seu 'podcast' semanal em vídeo, acrescentando: "O dia 27 de janeiro chama por nós: Mantenham-se visíveis, sejam audíveis, contra o antissemitismo, contra o racismo, contra a misantropia e pela nossa democracia".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cujo país está a lutar para repelir a invasão total da Rússia, publicou uma imagem de uma Menorá (candelabro) judaica no X, antigo Twitter, para assinalar o dia da memória.
"Cada nova geração deve aprender a verdade sobre o Holocausto. A vida humana deve continuar a ser o valor mais elevado para todas as nações do mundo", disse Zelensky, que é judeu e perdeu familiares no Holocausto.
"Memória eterna para todas as vítimas do Holocausto", lê-se numa publicação de Zelensky naquela rede social.
Em Itália, as comemorações do Holocausto incluíram uma procissão de tochas e declarações oficiais dos principais líderes políticos.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou que o seu governo nacionalista conservador estava empenhado em erradicar o antissemitismo que, segundo ela, tinha sido "revigorado" durante a guerra entre Israel e o Hamas.
Na Polónia, realizou-se na sexta-feira, em Varsóvia, uma cerimónia fúnebre com orações ao pé do Monumento aos Heróis do Gueto, que tombaram na luta contra os nazis em 1943.
No início da semana, os países da ex-Jugoslávia assinaram um acordo, em Paris, para renovar conjuntamente o Bloco 17 do campo de Auschwitz, de tijolo vermelho, e aí instalar uma exposição permanente em memória das cerca de 20 mil pessoas que foram deportadas dos seus territórios e levadas para o bloco.
Participarão no projeto a Bósnia e Herzegovina, a Croácia, o Montenegro, a Macedónia do Norte, a Sérvia e a Eslovénia.
Os nazis, que ocuparam a Polónia de 1939 a 1945, começaram por utilizar as antigas casernas militares austríacas de Auschwitz como campo de concentração e de extermínio para os combatentes da resistência polaca.
Em 1942, as casernas de madeira, as câmaras de gás e os crematórios de Birkenau foram acrescentados para o extermínio dos judeus, ciganos e outros cidadãos da Europa, bem como dos prisioneiros de guerra russos.
As tropas do Exército Vermelho soviético libertaram Auschwitz-Birkenau em 27 de janeiro de 1945, com cerca de sete mil prisioneiros, crianças e pessoas demasiado fracas para andar.
Os alemães tinham retirado dezenas de milhares de outros reclusos a pé, dias antes, naquilo a que agora se chama a Marcha da Morte, porque muitos reclusos morreram de exaustão e de frio nessa caminhada.
Desde 1979, o local de Auschwitz-Birkenau faz parte da lista do Património Mundial da Unesco.
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