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China aproxima rota aérea da linha mediana do Estreito de Taiwan

A China anunciou hoje a alteração de uma rota aérea civil paralela à linha mediana do Estreito de Taiwan, uma fronteira não oficial que tem sido tacitamente respeitada por Taipé e Pequim nas últimas décadas.

China aproxima rota aérea da linha mediana do Estreito de Taiwan
Notícias ao Minuto

06:25 - 31/01/24 por Lusa

Mundo China

A Administração da Aviação Civil da China (CAAC, na sigla em chinês) comunicou o "cancelamento do desvio" da rota norte-sul M503 e a ativação das rotas de ligação oeste-leste W122 e W123 para a ilha.

Após o ajustamento, os aviões da M503 estarão mais próximos da linha média do Estreito durante a sua rota, a uma distância inferior a 10 quilómetros nos pontos mais próximos, segundo peritos taiwaneses.

Do mesmo modo, as rotas W122 e W123 partirão das cidades de Fuzhou e Xiamen, que se situam perto das ilhas Kinmen e Matsu, controladas por Taipé, apesar de se situarem a poucos quilómetros da costa sudeste da China.

O porta-voz do Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da Chia, Chen Binhua, explicou que a rota M503 "faz parte da zona de informação de voo de Xangai" e que a sua criação e utilização faz parte do "trabalho de rotina de gestão do espaço aéreo".

De acordo com Chen, a alteração visa "aliviar a pressão causada pelo aumento dos voos na região", "garantir a segurança aérea", "reduzir os atrasos" e "facilitar ainda mais a circulação de pessoas através do Estreito de Taiwan".

Pequim e Taipé respeitaram durante décadas a linha média do Estreito como demarcação entre as duas partes, mas, na sequência da visita à ilha em 2022 da então Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, as forças chinesas começaram a ultrapassá-la e, desde então, continuam a fazê-lo regularmente durante os seus exercícios militares em torno da ilha.

O ajustamento do M503 surge após a realização das eleições presidenciais na ilha, a 13 de janeiro, que o atual vice-presidente William Lai Ching-te, considerado um "agitador" por Pequim, venceu com 40% dos votos.

A China reivindica a soberania da ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá em 1949, depois de terem perdido a guerra civil contra os comunistas.

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