Israel. Relatores da ONU unem-se para pedir continuação do apoio à UNRWA

Cerca de 30 especialistas em direitos humanos da ONU assinaram hoje uma declaração para pedir aos países doadores que reconsiderem a suspensão da ajuda à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).

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© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images

Lusa
02/02/2024 15:55 ‧ 02/02/2024 por Lusa

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"Mesmo que as acusações (contra uma dúzia de trabalhadores alegadamente envolvidos com o grupo islamita Hamas) sejam provadas, a UNRWA, que emprega 13 mil pessoas em Gaza e presta serviços a 1,7 milhões de refugiados palestinianos, não deve ser responsabilizada e punida coletivamente", escreveram os especialistas, incluindo relatores e membros de grupos de trabalho das Nações Unidas.

A suspensão financeira anunciada por 18 governos "ocorre num momento de vida ou de morte para dois milhões de palestinianos em Gaza que vivem condições catastróficas devido aos ataques militares em grande escala de Israel, que o Tribunal Penal Internacional considerou um genocídio plausível", alegam os especialistas.

Os especialistas lembraram que a UNRWA anunciou, logo que as suspeitas foram conhecidas, o despedimento dos funcionários, ainda antes do início das investigações, "o que reflete o compromisso da agência em garantir a sua neutralidade, em linha com os valores da ONU contra qualquer incitamento à violência".

Os governos que decidiram suspender o financiamento da UNRWA nos últimos dias são os da Alemanha, Austrália, Áustria, Canadá, Estados Unidos, Estónia, Finlândia, Islândia, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Nova Zelândia, Países Baixos, Reino Unido, Roménia, Suécia e Suíça.

"Esta decisão extremamente desproporcional desafia os princípios básicos da humanidade e contradiz o compromisso dos Estados de não deixar ninguém para trás", sublinharam os especialistas.

Entre os signatários da declaração estão a relatora da ONU para os direitos humanos na Palestina (Francesca Albanese) e os seus homólogos para a solidariedade internacional (Cecilia Bailliet), para o direito à alimentação (Michael Fakhri), para as minorias (Nicolas Levrat) e contra a violência sofrida pelas mulheres e meninas (Reem Alsalem).

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 132 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 119.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 27.000 mortos, 67.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já começou a fazer vítimas, segundo a ONU.

Leia Também: Ataque frustrado contra embaixada na Suécia investigado como terrorismo

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