Moscovo considera agente estrangeiro o ativista Oleg Orlov
As autoridades russas colocaram hoje Oleg Orlov, um veterano da defesa dos direitos humanos, membro da organização não governamental Memorial que recebeu o Prémio Nobel da Paz, na lista das pessoas consideradas "agentes do estrangeiro".
© ALEXANDER NEMENOV/AFP via Getty Images
Mundo Oleg Orlov
Nos últimos anos, centenas de pessoas -- defensores dos direitos humanos, opositores ou jornalistas independentes - têm sido classificados como agentes externos, o que acarreta constrangimentos administrativos e a obrigação de se declararem como tal em qualquer comunicação pública.
O Ministério da Justiça russo acusou Oleg Orlov de se ter "oposto à operação militar especial [como a Federação Russa designa a sua invasão da Ucrânia], difundido informações falsas sobre as decisões tomadas pelos poderes públicos da Federação Russa e participado na criação de mentiras e textos para agentes do estrangeiro".
Orlov, de 70 anos, já foi alvo de processos judiciais por ter "desacreditado" o exército russo. Condenado a uma simples multa no ano passado, viu a sentença anulada em dezembro e o caso reenviado para o aparelho judicial, o que abre a via a outro processo, no qual pode ser condenado a três anos de prisão.
Ativista desde os anos 1970, Oleg Orlov tornou-se um dos pilares da Memorial, a principal organização russa que procura preservar a memória da repressão soviética e documentar a atual, da Federação Russa, do presidente Vladimir Putin.
Dissolvida pelo poder russo em 2021, a Memorial recebeu o Prémio Nobel da Paz em 2022.
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