Israel anuncia avanço para Rafah, onde estão 1,1 milhões de deslocados

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, voltou a assegurar hoje que o Exército vai avançar até ao "bastião do Hamas" em Rafah, a zona mais a sul da Faixa de Gaza onde se refugiaram mais de 1,1 milhões de palestinianos.

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© REUTERS / Ibraheem Abu Mustafa

Lusa
05/02/2024 20:31 ‧ 05/02/2024 por Lusa

Mundo

Gaza

"Vamos chegar aos locais onde ainda não combatemos, quer no centro da Faixa de Gaza quer no sul e, em particular, no último [bastião] do Hamas, que se situa em Rafah", disse em conferência de imprensa.

"Cada terrorista escondido em Rafah deve saber que o seu fim será como em Khan Yunis ou [na cidade de] Gaza", prosseguiu o ministro, e quando se cumprem quatro meses de incessantes e devastadores bombardeamentos e ataques de artilharia no enclave palestiniano, na sequência da incursão do movimento islamita Hamas em território israelita em 07 de outubro.

No domingo, o Exército israelita reivindicou a destruição do quartel-general do Hamas em Khan Yunis, um complexo designado Al Qadisa e onde, segundo o Exército, o Hamas planificou e treinou membros do grupo para os ataques de 07 de outubro.

Ainda segundo os israelitas, em Khan Yunis foram detetados um centro de treino e gabinetes de Mohamed Sinwar, o comandante desta brigada e irmão de Yahya Sinwar, o líder do Hamas em Gaza ainda não capturado pelas forças judaicas.

Gallant também assegurou que "a operação terrestre avança e cumpre os seus objetivos" e que 18 batalhões do Hamas foram "desmantelados", com "cerca de metade" dos seus combatentes mortos ou gravemente feridos.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 28.400 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 67.000, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 07 de outubro, pelo menos 375 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.

Leia Também: Scholz frisou a Netanyahu "necessidade urgente" de melhorar ajuda em Gaza

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