As autoridades russas transmitiram aos encarregados de negócios da Estónia, Letónia e Lituânia que, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e com a "prática internacional geralmente aceite", cabe aos Estados anfitriões tomar medidas para garantir a segurança.

Moscovo receia que a segurança possa ser violada nas assembleias de voto para as presidenciais que serão colocadas nas embaixadas russas em Tallinn, Riga e Vilnius, razão pela qual apelou aos representantes bálticos para que sejam tomadas "as medidas necessárias para garantir a segurança" dos eleitores e dos funcionários diplomáticos, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

"Criar dificuldades durante as eleições provocaria sérios protestos entre os cidadãos russos que vivem nesses países, uma vez que isso viola os seus direitos constitucionais", avisou a diplomacia russa, que instou os países bálticos a "cumprirem com as suas obrigações".

Da mesma forma, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo ameaçou "agir de forma decisiva", a nível bilateral e internacional, contra a Estónia, a Letónia e a Lituânia caso as autoridades russas detetem que "a sabotagem continua" e que os cidadãos russos residentes nestes países estejam a ser impedidos de exercer o seu direito de voto em condições seguras.

A Rússia vai realizar eleições presidenciais em meados de março (entre 15 e 17 de março), com o atual Presidente, Vladimir Putin, a assumir-se como o grande favorito.

Putin está no poder desde 2000 e pretende garantir um quinto mandato presidencial, depois de também ter ocupado o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012.

Segundo as sondagens locais, Putin deverá vencer as eleições presidenciais de março com mais votos face a 2018, quando garantiu cerca de 76% dos sufrágios.

Leonid Slutski, do Partido Liberal Democrata da Rússia; Nikolai Jaritonov, do Partido Comunista Russo; e Vladislav Davankov, do Novo Povo, são os restantes candidatos já aprovados.

Entre os potenciais candidatos estão ainda o independente Anatoli Batashev; Sergei Malinkovich, dos Comunistas da Rússia; e Boris Nadezhdin, pela Iniciativa Cidadã.

A Comissão Central Eleitoral deve decidir sobre a inscrição dos futuros candidatos até 10 de fevereiro.

Está previsto que a campanha eleitoral arranque no próximo dia 17 de fevereiro e se prolongue até às 00h00 de 15 de março.

A oposição russa, cujo líder Alexei Navalny cumpre 30 anos de prisão num estabelecimento penitenciário no Ártico, acusa o Kremlin (Presidência) de preparar uma fraude eleitoral através do voto eletrónico, ao qual vão ter acesso um terço dos eleitores recenseados durante os três dias da votação.

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