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Milhares de tratores dentro de Barcelona, protestos em toda a Espanha

Milhares de tratores invadiram hoje as ruas de Barcelona, a segunda cidade espanhola, num dos maiores protestos de agricultores desta quarta-feira em Espanha, marcado por cortes de dezenas de estradas e dos acessos a centros logísticos, como portos.

Notícias ao Minuto

15:22 - 07/02/24 por Lusa

Mundo Agricultores

Os protestos dos agricultores em Espanha estendem-se a várias regiões do país pelo segundo dia consecutivo.

Na Catalunha, na fronteira com França, os agricultores mantiveram cortadas diversas vias durante toda a noite e iniciaram de manhã marchas lentas com tratores em direção ao centro de Barcelona, onde começaram a chegar ao início da tarde.

As colunas de tratores têm como objetivo a sede do governo regional, no centro da cidade, e os agricultores esperam ser recebidos pelo presidente catalão, Pere Aragonès.

A marcha lenta dos tratores rumo a Barcelona já provocou filas de trânsito de dezenas de quilómetros na região.

Mantêm-se dezenas de vias cortadas ou parcialmente bloqueadas, incluindo autoestradas, também nas regiões da Comunidade Valenciana, Castela La Mancha, Castela e Leão, Andaluzia, Aragão ou Múrcia.

Não há, até agora, registo de bloqueios de estradas de ligação a Portugal.

Em alguns pontos do país os agricultores bloquearam também acessos a centros logísticos, como o porto de Castellón. O corte do acesso ao porto de Málaga, no sul do país, iniciado na terça-feira, foi já levantado.

A Federação Nacional de associações de Transporte de Espanha disse hoje, num comunicado, que 80 mil camiões já sofreram o impacto dos protestos dos agricultores nestes dois dias, por terem sido bloqueadas, de forma permanente ou por algum período de tempo, autoestradas circulares em torno de Madrid e as que fazem a ligação de regiões centrais com os portos do Mediterrâneo.

Milhares de agricultores estão desde terça-feira em protesto por todo o território de Espanha.

Na última semana já tinha havido manifestações de agricultores espanhóis, em linha com os protestos do setor noutros países europeus e que têm como alvo principal e comum as políticas da União Europeia (UE). No entanto, o número e extensão das manifestações nunca tinham tido a dimensão que alcançaram na terça-feira e hoje.

Estes protestos não foram, na sua maioria, comunicados às autoridades e ocorrem à margem da organização das grandes confederações agrícolas de Espanha, que também anunciaram manifestações para os próximos dias e semanas.

Os agricultores europeus, incluindo em Portugal, saíram à rua nas últimas semanas para exigir a flexibilização da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia e mais apoios para o setor.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, reiterou hoje o compromisso do Governo de Madrid em simplificar a PAC e facilitar a adaptação das normas europeias.

Pedro Sánchez revelou ainda a intenção de rever a Lei da Cadeia Alimentar, para aumentar os ganhos dos agricultores, e de aplicar o princípio da reciprocidade relativamente às exigências de qualidade e produção às importações de países terceiros.

A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros em 26 de fevereiro.

Por outro lado, na terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a retirada da proposta da instituição visando reduzir para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030, parte central da legislação ambiental europeia, que é também um dos alvos dos protestos dos agricultores.

Leia Também: Vila Real. Agricultores exigem venda dos produtos agrícolas a preço justo

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