Israel quer prolongar serviço militar devido a guerra na Faixa de Gaza
O Exército israelita propôs hoje prolongar para três anos o serviço militar obrigatório e aumentar o tempo de serviço dos reservistas, "devido aos desafios colocados pela guerra" com o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
© Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Israel
Num comunicado, recomendou o regresso a 36 meses de serviço militar obrigatório para os homens - em vigor até 2015, altura em que foi reduzido para 32 meses - e em determinados cargos para as mulheres, que atualmente cumprem, na maioria, dois anos de serviço.
O Exército propôs igualmente o aumento do número de dias de serviço anuais exigidos aos reservistas e aumentar o limite máximo de idade para estar no ativo.
Estas recomendações deverão ser apresentadas e aprovadas no parlamento para entrarem em vigor.
Israel convocou pelo menos 287.000 reservistas desde a eclosão da guerra, em retaliação ao ataque perpetrado a 07 de outubro no seu território por combatentes do Hamas infiltrados a partir da Faixa de Gaza, onde o movimento está desde 2007 no poder.
O ataque, de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fez 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 132 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 124.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 27.708 mortos, mais de 67.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.
Em 2015, quando o Exército reduziu a duração do serviço militar obrigatório para a maioria dos homens israelitas, previa proceder a uma nova redução em 2024.
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