Idade avançada de Biden volta a ganhar destaque na campanha dos EUA

A idade avançada do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, voltou a ganhar destaque na campanha eleitoral, na sequência de confusões de linguagem e dos comentários incendiários de um procurador especial.

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© Nic Antaya/Bloomberg via Getty Images

Lusa
08/02/2024 23:21 ‧ 08/02/2024 por Lusa

Mundo

Joe Biden

O democrata de 81 anos tinha hoje, em teoria, motivos para contentamento, depois de um procurador especial, nomeado para investigar um caso de má gestão de documentos confidenciais, ter anunciado que não vai processar o presidente americano, candidato a um segundo mandato.

No entanto, o magistrado fez no seu relatório comentários politicamente devastadores para Joe Biden, em campanha contra o ex-presidente Donald Trump, que há muito o ataca precisamente nas suas faculdades mentais e físicas.

Segundo avança a AFP, o procurador especial Robert Hur argumenta que um júri teria dificuldade em condenar Joe Biden, retratando-o como um "homem mais velho, amigável e bem-intencionado, com má memória".

Robert Hur garante que, durante os interrogatórios, o Presidente esqueceu-se das datas em que foi vice-presidente de Barack Obama e a data da morte de seu filho mais velho, Beau.

Os advogados do Presidente condenaram veementemente os comentários "inadequados", argumentando que "este relatório utiliza uma linguagem altamente depreciativa para descrever o que acontece frequentemente às testemunhas: dificuldade em recordar acontecimentos que aconteceram há anos".

Em termos políticos, os adversários republicanos de Joe Biden assumiram imediatamente o comando.

"Quando não temos as faculdades necessárias para sermos julgados [...], certamente não temos as faculdades necessárias para estar na Sala Oval", afirmou o líder dos republicanos eleitos na Câmara dos Representantes, Mike Johnson.

"Um homem idoso com má memória não deve ter os códigos nucleares", disse Kevin Hern, congressista republicano de Oklahoma.

Personalidades do espetro conservador apelaram à implementação da 25.ª emenda à Constituição, que permite cessar as funções do Presidente se este já não tiver condições de as assumir.

Marjorie Taylor Greene, leal a Donald Trump, afirmou que "se Joe Biden não é capaz de enfrentar um julgamento, certamente não é capaz, mentalmente, de ser Presidente dos Estados Unidos".

Tudo indica que, em novembro, Joe Biden vai enfrentar o ex-presidente republicano, o mesmo que o apelidou de "Sleeping Joe" ("Joe a dormir") e que tem imitado, durante os seus comícios, um rival desorientado e senil.

Os eleitores parecem menos preocupados com a idade do republicano, de 77 anos, que também tem os seus momentos de confusão, mas que causam muito menos discussão do que as observações por vezes desconexas e até francamente incompreensíveis de Joe Biden.

O democrata, por exemplo, mencionou no fim de semana passado uma conversa que teria tido em 2021 durante uma cimeira do G7 com o Presidente francês François Mitterrand, que morreu há muito tempo.

Voltou a fazê-lo na quarta-feira, desta vez dizendo ter falado, durante a mesma reunião internacional, com o ex-chanceler alemão Helmut Kohl, que morreu em 2017.

Cada um destes mal-entendidos reacende o debate sobre a idade e as capacidades do Presidente americano.

O seu médico, num relatório muito detalhado publicado há um ano, descreveu Joe Biden como estando "com boa saúde".

Mas o Presidente norte-americano parece cada vez mais ter a sua idade: o seu andar é rígido, o seu olhar é por vezes turvo e agora ele sobe quase sistematicamente a escada mais curta para embarcar no seu avião.

Numa sondagem recente divulgada pela NBC, 76% dos eleitores inquiridos disseram estar preocupados com a capacidade física e mental de Joe Biden para cumprir um segundo mandato, em comparação com apenas 48% relativamente a Donald Trump.

Leia Também: Líder republicano da Câmara dos Representantes considera Biden "inapto"

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