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Relatores da ONU apontam crimes de guerra de Israel na Cisjordânia

Relatores da ONU acreditam que as forças israelitas podem ter cometido crimes de guerra num assalto, no mês passado, ao hospital Ibn Sina, na Cisjordânia, que resultou na morte de três palestinianos, possivelmente vítimas de "execuções extrajudiciais".

Relatores da ONU apontam crimes de guerra de Israel na Cisjordânia
Notícias ao Minuto

17:40 - 09/02/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

Em 29 de janeiro, uma dúzia de agentes da polícia israelita e do serviço nacional de segurança do país, o Shin Bet, entraram neste hospital da cidade de Jenin disfarçados de médicos, enfermeiros e civis.

Mataram dois pacientes, os irmãos Basel e Mohamed Al Ghazawi, e um visitante do hospital identificado como Mohamed Walid Khalamna. Todos eles, segundo Israel, eram procurados pelo crime de terrorismo.

Os cinco relatores consideram que, independentemente dos motivos, "Israel é sempre obrigado a respeitar o direito internacional humanitário", especialmente num território ocupado, como a Cisjordânia, que está fora das atividades militares de Israel durante a guerra em Gaza.

"No máximo, as forças israelitas poderiam ter sido treinadas para prender estas pessoas. Em vez disso, Israel optou por as matar, em flagrante violação do seu direito à vida", denunciam os relatores.

Os peritos da ONU sublinham que "o assassinato de um doente ferido e indefeso", como descrevem Basel Al Ghazawi, que estava a convalescer de um anterior ataque israelita, "constitui um crime de guerra".

Além disso, salientam também que as forças israelitas podem ter cometido, em princípio, outro crime de guerra, como a "perfídia", atuando de forma dissimulada ou traiçoeira, disfarçadas de "médicos inocentes".

Por todas estas razões, os cinco relatores -- entre os quais a relatora sobre a situação dos direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados desde 1967, Francesca Albanese - apelam a Israel para que inicie imediatamente uma investigação com o objetivo de "punir os responsáveis" pela operação em todas as suas fases e recomendam, no caso de as autoridades israelitas se recusarem a realizá-la, a intervenção do Tribunal Penal Internacional.

A 07 de outubro, combatentes do Hamas -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 132 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 126.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza quase 28.000 mortos, pelo menos 67.500 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

Leia Também: "Se eu fosse primeiro-ministro, prioridade seria libertar os reféns"

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