Chefe da agência da ONU para palestinianos contra uma ofensiva em Rafah

O responsável da agência das Nações Unidas (ONU) para apoiar a população palestiniana, Philippe Lazzarini, juntou-se hoje aos apelos internacionais para que Israel não avance para uma ofensiva contra a cidade de Rafah, para não causar uma tragédia maior.

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© JOSEPH EID/AFP via Getty Images

Lusa
10/02/2024 18:14 ‧ 10/02/2024 por Lusa

Mundo

Israel

O comissário da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), Philippe Lazzarini, advertiu que um ataque à cidade localizada no sul da Faixa de Gaza provocaria um sofrimento maior do que o que os palestinianos na zona já estão a viver.

"Uma operação militar em grande escala entre esta população só pode levar a uma maior intensificação da tragédia sem fim que se está a desenrolar em Gaza", disse Lazzarini, através da sua conta nas redes sociais.

O chefe da ajuda humanitária sublinhou que a ansiedade e o pânico estão a aumentar na cidade de Rafah entre as mais de 1,4 milhões de pessoas, cinco vezes mais do que a população habitual, que procuraram refúgio para fugir aos contínuos ataques israelitas.

"As pessoas não sabem para onde ir", acrescentou, explicando que os deslocados estão concentrados em abrigos de plástico improvisados que se estendem por dezenas de quilómetros e reconhecendo que está a ficar "sem palavras" para descrever a situação.

O apelo de Lazzarini junta-se a dezenas de outros países e organizações humanitárias que alertaram para a catástrofe em caso de ataque.

A ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, alertou hoje para o facto de uma ofensiva do exército israelita em Rafah ser uma "catástrofe humanitária anunciada" e revelou que se deslocará novamente a Israel na próxima semana.

"As necessidades em Rafah são já inacreditáveis. Há 1,3 milhões de pessoas que procuram proteção contra os combates num espaço muito limitado. Uma ofensiva do exército israelita em Rafah seria uma catástrofe humanitária anunciada", escreveu na rede social X, o antigo Twitter.

A Arábia Saudita também condenou hoje "veementemente" os planos de Israel para alargar a sua ofensiva militar a Rafah e apelou a uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para evitar uma "catástrofe humanitária iminente".

A Human Rights Watch (HRW) afirmou que a ordem de Israel para evacuar a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, é "ilegal" e "pode ter consequências catastróficas".

"Não existe mais nenhum lugar seguro em Gaza. A comunidade internacional tem de tomar medidas para evitar novas atrocidades", afirmou Nadia Hardman, investigadora da HRW para a crise dos refugiados.

Pelo menos 25 pessoas foram mortas esta madrugada, na sequência de bombardeamentos israelitas em Rafah, zona para onde se espera que as tropas terrestres de Israel alarguem a sua ofensiva.

Leia Também: Chefe da agência da ONU para palestinianos em Bruxelas na segunda-feira

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