A vice-diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), Beth Bechdol, alertou, esta segunda-feira, que as pessoas na Faixa de Gaza estão "simplesmente a sofrer de cada vez mais fome".
"Há níveis sem precedentes de insegurança alimentar aguda" e "fome" em Gaza, disse Beth Bechdol em entrevista publicada no website da FAO, argumentando que é "muito preocupante é que todos os dias vemos cada vez mais pessoas essencialmente à beira da fome".
"A cada dia que passa sem se encontrar uma solução para o conflito em si, sem ter um cessar-fogo ou algum outro fim para as hostilidades, mais e mais pessoas simplesmente passam fome e têm menos acesso a alimentos, nutrição, água e serviços médicos que são tão precisos", lamentou a vice-diretora-geral da FAO.
Assegurou, também, que a organização está a "seguir em proximidade todas as implicações que poderão surgir".
"As tensões no Mar Vermelho, enquanto assistimos aos ataques que estão a acontecer a navios de transporte marítimo e a importantes rotas de transporte, significa que devemos monitorizar a segurança, a proteção e as implicações do que acontece nos mercados globais e nas cadeias de abastecimento globais quando se tem vias de transporte marítimo perto", realçou Bechdol.
A ofensiva israelita tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro, pelo menos 392 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 6.650 detenções e mais de 3.000 feridos.
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