"Todas as contagens, todas as sondagens (...) mostram que a candidatura [Prabowo-Gibran) ganhou numa única volta", declarou Prabowo, citado pela agência francesa AFP.
"Esta vitória deve ser uma vitória para todos os indonésios", declarou o antigo general, num discurso ao lado do companheiro de candidatura, Gibran Raka, o filho mais velho do Presidente cessante.
Prabowo, 72 anos, era apontado como favorito para suceder a Joko Widodo na Presidência da terceira maior democracia do mundo, depois da Índia e dos Estados Unidos.
Segundo as projeções, Prabowo conseguirá perto de 60% dos votos, contra 24% do antigo governador de Jacarta Anies Baswedan e 16% do antigo governador de Java Central Ganjar Pranowo.
"Apesar de estarmos gratos, devemos ser humildes e não arrogantes", disse Prabowo, referindo que o resultado final ainda estava a ser contabilizado pela Comissão Eleitoral.
Com mais de 50% dos votos, Prabowo deverá tornar-se Presidente da Indonésia para os próximos cinco anos, o país com maior população muçulmana do mundo e membro das 20 maiores economias (G20).
Terá como vice-presidente o filho de Joko Widodo, que cumpriu dois mandatos consecutivos na Presidência e não pôde concorrer de novo por imperativos constitucionais.
Prabowo era o único candidato com ligações à ditadura de Suharto (1967-1998), altura em que era tenente-general.
Tem sido criticado por alegados abusos de direitos humanos em Timor-Leste e na Papua, bem como pela tortura de ativistas indonésios pró-democracia.
Antigo comandante das forças especiais Kopassus envolvidas na invasão de Timor-Leste, em 1975, Prabowo sempre negou as alegações.
Foi expulso do exército com desonra em 1998, depois de soldados da Kopassus terem raptado e torturado opositores políticos de Suharto, o seu então sogro.
Dos 22 ativistas raptados nesse ano, 13 continuam desaparecidos.
Prabowo nunca foi julgado, embora vários soldados que comandou tenham sido condenados em tribunal.
Exilou-se na Jordânia durante vários anos, antes de regressar e fundar o Partido Gerindra no início de 2008.
Candidatou-se duas vezes à Presidência, mas perdeu sempre para o atual Presidente.
Aceitou a oferta de Widodo para ser ministro da Defesa em 2019, numa tentativa de união, e acabou por concorrer com o filho do Presidente, que será vice-presidente aos 36 anos, a confirmarem-se os resultados.
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