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Relatora da ONU acusa Israel de criar distrações para atrocidades em Gaza

A relatora das Nações Unidas para os Territórios Palestinianos, Francesca Albanese, cuja entrada em Israel está expressamente proibida desde esta semana, acusou Israel de usar decisões como esta para "distrair" das "atrocidades" que está a cometer em Gaza.

Relatora da ONU acusa Israel de criar distrações para atrocidades em Gaza
Notícias ao Minuto

17:28 - 15/02/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

Desde a detenção e deportação, em 2008, do então relator Richard Falk, Israel proibiu a entrada de todos os que ocuparam esse cargo, o que torna a "proibição oficial" anunciada esta semana "simbólica e enganadora", afirmou Albanese num comunicado divulgado hoje.

"O anúncio não nos deve distrair da situação em Gaza", afirmou hoje a relatora, recordando que em pouco mais de quatro meses o exército israelita matou mais de 28.500 palestinianos, 70% dos quais mulheres e crianças.

"Massacres diários e implacáveis, o último dos quais nas falsas 'zonas seguras' de Rafah, onde 1,4 milhões de palestinianos mal conseguem sobreviver, continuam a ser cometidos em flagrante desafio das medidas provisórias emitidas pelo Tribunal Internacional de Justiça", sublinhou.

Israel justificou a decisão por a relatora da ONU ter afirmado que os atentados de 07 de outubro, perpetrados pelo movimento islamita Hamas, foram causados pela opressão israelita e não por antissemitismo.

A este respeito, Albanese esclareceu hoje que condenou repetidamente e com veemência os ataques de 7 de outubro, "que não têm qualquer justificação".

No entanto, insistiu que ver estes ataques como sendo motivados principalmente pelo ódio ao povo judeu é "falso e perigoso, porque ignora a base crítica do conflito e nega o papel que Israel tem desempenhado no seu fomento".

"Nenhum crime justifica outro, não há justificação para os horríveis ataques de 07 de outubro, mas os 56 anos de ocupação opressiva a que o secretário-geral da ONU, António Guterres, aludiu são um contexto que alimenta o ódio e a violência de que são vítimas israelitas e palestinianos", acrescentou.

Os ministros israelitas dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, e do Interior, Moshe Arbel, assinaram no início da semana uma ordem para vetar a entrada de Albanese, alegando que a "era do silêncio" da população judaica terminou, anunciou o Governo de Benjamin Netanyahu.

O executivo israelita instou a ONU a distanciar-se das declarações da relatora e a demiti-la, segundo fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros citadas pela agência espanhola Europa Press.

As declarações em causa foram publicadas numa rede social no sábado, quando a jurista italiana negou que os ataques do Hamas pudessem ser considerados "o maior massacre antissemita do século", como afirmou o Presidente francês, Emmanuel Macron.

"As vítimas de 07 de outubro não foram mortas por causa do seu judaísmo, mas em reação à opressão israelita. A França e a comunidade internacional não fizeram nada para o evitar. Os meus respeitos às vítimas", escreveu Albanese.

Katz já tinha condenado no domingo as palavras da relatora especial numa outra mensagem em que pedia a demissão imediata de Albanese ao secretário-geral da ONU.

Israel disse que os operacionais do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas nos ataques no sul do país, lançados a partir da Faixa de Gaza, território controlado pelo grupo islamita palestiniano desde 2007.

Os atacantes também raptaram cerca de 250 pessoas que levaram como reféns para Gaza, das quais cerca de metade foram trocadas por presos palestinianos e outras foram mortas.

Em reação ao ataque, Israel declarou guerra ao Hamas e lançou uma ofensiva aérea, marítima e terrestre contra o território de 2,3 milhões de habitantes, que provocou mais de 28.300 mortos desde então, segundo o Hamas.

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