Exército ucraniano abandona Adviika para "preservar" vida dos soldados

O exército ucraniano retirou-se da cidade de Avdiivka (leste), onde a situação se deteriorou consideravelmente nos últimos dias, anunciou o general ucraniano, que comanda a zona.

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Lusa
17/02/2024 06:24 ‧ 17/02/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"De acordo com a ordem recebida, retirámo-nos de Avdiivka para posições preparadas com antecedência", escreveu Oleksandre Tarnavsky, na sexta-feira à noite, na plataforma Telegram.

Esta foi a maior vitória simbólica da Rússia desde o fracasso da contraofensiva de Kyiv no verão passado.

"Numa situação em que o inimigo está a avançar sobre os cadáveres dos próprios soldados e tem dez vezes mais obuses (...) esta é a única decisão correta", disse o general Tarnavsky.

As forças ucranianas evitaram assim ficar cercadas perto desta cidade industrial largamente destruída, indicou.

Esta foi a primeira grande decisão tomada pelo novo comandante-em-chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandre Syrsky, depois de ter sido nomeado a 8 de fevereiro, e foi justificada pela vontade "de preservar" a vida dos soldados.

"Decidi retirar as nossas unidades da cidade e passar a defender em linhas mais favoráveis", escreveu Oleksandre Syrsky na rede social Facebook, pouco antes do anúncio do general Tarnavsky.

"Os nossos soldados cumpriram o dever militar com dignidade, fizeram tudo o que estava ao seu alcance para destruir as melhores unidades militares russas e infligiram perdas significativas ao inimigo", acrescentou o general.

Avdiivka tinha cerca de 34 mil habitantes antes da invasão russa em fevereiro de 2022.

Em julho de 2014, a cidade caiu brevemente nas mãos dos separatistas pró-russos liderados por Moscovo, antes de regressar ao controlo ucraniano e assim permanecer, apesar da invasão e de ser próxima de Donetsk, a capital separatista no leste da Ucrânia nos últimos 10 anos.

Kiev indicou que o exército russo multiplicou as vagas de assalto, desde outubro, para tomar Avdiivka, apesar das perdas humanas muito elevadas, uma situação semelhante à da batalha de Bakhmut, cidade que Moscovo conquistou em maio de 2023 após 10 meses de combates e dezenas de milhares de mortos e feridos.

Após o fracasso da contraofensiva ucraniana de verão, foram os russos que partiram para o ataque, enfrentando um exército ucraniano que lutava para reconstituir fileiras e a ficar sem munições.

Leia Também: Alemanha anuncia envio de 120 mil munições para artilharia à Ucrânia

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