Os visados são acusados de terem "planeado, dirigido ou cometido" "atos que constituem violações dos direitos humanos ou do direito humanitário internacional", segundo uma lista da ONU hoje atualizada.
As sanções consistem num congelamento de bens, inclusive na RDCongo, e na proibição de viajar.
Entre os sancionados mais mediáticos está Willy Ngoma, porta-voz do Movimento 23 de março (M23), conhecido pelos seus vídeos em que aparece com soldados congoleses ou do Burundi capturados durante os combates.
Ele é o quinto líder desta rebelião predominantemente tutsi a ser colocado sob sanções do Conselho de Segurança. São acusados pela ONU e por organizações internacionais de direitos humanos de terem cometido numerosos massacres, violações, pilhagens e de submeterem os residentes a trabalhos forçados.
Após uma pausa de vários anos, pegaram novamente em armas no final de 2021 e operam ao lado do exército ruandês. Juntos, tomaram grandes áreas da província de Kivu do Norte, causando a fuga de mais de um milhão de pessoas.
Comandante e líder militar do grupo armado Twirwaneho, também predominantemente tutsi, Michel Rukunda, conhecido como "Makanika" e um desertor do exército congolês, juntou-se à lista de sanções por, entre outras acusações, "recrutamento e utilização de crianças" e "ataques a escolas e hospitais" na província de Kivu do Sul.
Os Twirwaneho são acusados de "colaboração" com o M23 pelo grupo de peritos da ONU na RDCongo.
O ruandês Apollinaire Hakizimana, executivo das Forças Democráticas pela Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo predominantemente hutu criado por antigos altos executivos envolvidos no genocídio dos tutsis no Ruanda, também foi colocado na lista de sanções.
As FDLR são responsáveis por numerosos crimes graves contra civis.
Dois líderes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), provenientes da Tanzânia e do Uganda, também foram alvo de sanções. O seu grupo, associado à organização Estado Islâmico, é responsável pela morte de vários milhares de civis no leste da RDCongo e no Uganda nos últimos dez anos.
William Yakutumba, comandante de uma coligação de grupos armados genericamente denominados "mai mai", também foi acrescentado à lista devido aos crimes cometidos pela sua milícia contra civis.
Christoph Vogel, investigador da Universidade de Gante, explica que estas medidas "têm pouco impacto num contexto" como o da República Democrática do Congo, "onde a maioria dos criminosos de guerra viaja pouco e não tem conta bancária no estrangeiro", acrescentando que "as arbitragens dependem também de questões políticas dentro do Conselho".
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