Vinte e sete organizações que prestam ajuda humanitária associaram-se ao apelo lançado pela OIM.
Em comunicado, a OIM salienta que a rota oriental, do Corno de África para o Iémen e os Estados do Golfo, e a rota meridional, desde o Corno de África, através do Quénia e da Tanzânia, para a África Austral, figuram entre "as rotas migratórias mais perigosas, complexas e pouco conhecidas do mundo".
Em 2023, foram registados quase 400 mil movimentos na rota oriental, enquanto na rota meridional, em especial para a África do Sul, foram referenciados 80 mil.
"Os últimos anos mostraram-nos o que podemos alcançar quando trabalhamos em conjunto", afirmou a diretora regional da OIM para o Leste e Corno de África, Rana Jaber, citada na nota.
"Estamos confiantes de que podemos realizar ainda mais em 2024, continuando a salvar vidas e a fornecer proteção, oferecendo acesso a soluções sustentáveis e reforçando a resiliência das populações", acrescenta.
Segundo a OIM, os migrantes deixam as suas áreas de residência à procura de emprego e, nalguns casos, para escapar a conflitos, à insegurança e aos efeitos das alterações climáticas.
"As comunidades situadas ao longo destas rotas, que fornecem abrigo e assistência, necessitam de apoio para fazer face aos fatores de incentivo à migração irregular. Precisam de acesso a serviços sociais básicos, de ajuda para atenuar o impacto das alterações climáticas e de informação sobre os perigos da migração irregular", explica a OIM.
Segundo o Projeto Migrantes Desaparecidos da OIM, pelo menos 698 pessoas, incluindo mulheres e crianças, morreram em 2023 na rota oriental, atravessando o Golfo de Aden de Djibuti para o Iémen, na expetativa de chegar à Arábia Saudita em 2023.
"Este número pode ser mais elevado, tendo em conta que algumas tragédias passam muitas vezes despercebidas. Em novembro de 2023, um naufrágio ao largo das costas do Iémen deixou 64 migrantes desaparecidos, presumivelmente mortos no mar", detalha.
Em 2023, o Plano Regional de Resposta aos Migrantes (MRP, na sigla em inglês) assistiu a 200 mil migrantes e comunidades de acolhimento, "fornecendo assistência vital, respondendo às necessidades de proteção e ajudando os migrantes a integrarem-se nas comunidades".
Face ao previsível aumento dos fluxos migratórios em 2024, a continuidade do financiamento é crucial, vinca a OIM.
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