"Não há nada que Trump possa fazer para deixar de apoiá-lo"
Vários apoiantes de Donald Trump mostram-se irredutíveis, afirmando que "não há nada que ele possa fazer" que faça desmobilizar o seu apoio, avaliando que os vários problemas legais que o Republicano enfrenta fazem parte de uma "perseguição política".
© Anna Moneymaker/Getty Images
Mundo EUA/Eleições
Dentro de um 'resort' de luxo em Maryland, às margens da Conferência da Ação Política dos Conservadores (CPAC, na sigla em inglês), o maior encontro anual da direita americana, uma ex-bombeira já reformada de Connecticut, com um chapéu estilo 'cowboy' na cabeça com o nome do magnata, afirmou à Lusa que o futuro dos Estados Unidos da América (EUA) depende de uma vitória de Trump e assumiu que "neste momento, não há nada que ele possa fazer" que a leve a mudar de ideias.
"Acho que estão apenas a tentar encontrar algo para tentar incrimina-lo. Nenhum ser humano poderia ser investigado e acusado como ele foi e mesmo assim sair 'limpo' como ele saiu. É óbvio que se esmiuçarem a vida de alguém, vão encontrar alguma coisa, seja quem for. Mas ainda não o conseguiram condenar por nada", disse Thea, de 50 anos.
"As medidas punitivas que foram impostas até ao momento são ridículas. Vivemos numa sociedade em que os crimes não violentos são punidos, enquanto violadores e homicidas continuam livres. Preferem ir atrás do Trump por acusações falsas e estão a usar o dinheiro dos contribuintes para isso. As pessoas não se podem tornar alvos desta forma num país livre como os Estados Unidos", defendeu.
Nas últimas semanas, Donald Trump sofreu duros golpes nas suas finanças ao ser condenado por um tribunal de Nova Iorque ao pagamento de uma multa de 364 milhões de dólares (337,7 milhões de euros) por fraude bancária e 83,3 milhões de dólares (76,6 milhões de euros) à escritora E. Jean Carroll num caso de difamação.
No ano passado, um júri de Nova Iorque já havia concedido a E. Jean Carroll cinco milhões de dólares (4,61 milhões de euros) após concluir que o magnata abusou sexualmente da escritora na década de 1990 na loja Bergdorf Goodman em Manhattan, Nova Iorque.
Além dos casos civis, o ex-presidente enfrenta quatro processos criminais, num total de 91 acusações, incluindo conspirar para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020.
"Não vejo nada que me fizesse deixar de apoiá-lo. Basta ver entrevistas dele no passado para perceber como ele ama este país. Tenho ouvido tantas histórias sobre como ele é gentil", argumentou a ex-bombeira.
Também Roger, um engenheiro de cibersegurança de 52 anos que viajou do Colorado até Maryland para ver Trump -- que intervém hoje na CPAC -, disse à Lusa que o magnata tem o seu total apoio.
"Honestamente, neste momento não há nada que Trump possa fazer que me leve a deixar de apoiá-lo", afirmou.
Sobre as acusações que pesam sobre o Republicano, Roger afirmou acreditar "que é tudo uma fumaça para tentar distrair as pessoas do mau trabalho que o atual Presidente, Joe Biden, está a fazer".
"Acredito que todas as acusações contra ele são puro lixo", frisou.
À lista de apoiantes incondicionais de Trump juntou-se Rennee, uma conservadora de 51 anos de Nova Jérsia, que admitiu ser uma apoiante do Republicano "há muitos anos".
"Não vou parar agora", sublinhou.
"Não há nada que me fizesse virar-lhe as costas. Talvez, se ele se juntasse ao 'Estado profundo', mas sei que isso nunca irá acontecer. Tudo aquilo que ele está a passar agora faz-me querer apoiá-lo ainda mais", sustentou.
Sobre os problemas legais que Trump enfrenta, Rennee espera que o magnata se vingue se regressar à Casa Branca, após as eleições presidenciais agendadas para novembro.
"É horrível o que estão a fazer com o Trump, é como se houvesse um sistema de justiça separado só para atacar Trump. Espero que quando ele ganhar a eleição, os julgue e os coloque a todos na prisão por aquilo que lhe estão a fazer", defendeu.
Por outro lado, um estudante de 22 anos que não se quis identificar disse à Lusa que seria capaz de recuar no seu apoio a Donald Trump se o magnata apresentasse os mesmos "problemas mentais de Biden", mas avaliou que isso seria "improvável de acontecer.
Para o jovem, "é claro" que as acusações contra o Republicano são fruto do "uso indevido da lei" e só estão a ser lançadas porque ser um candidato presidencial.
"Para mim, é um abuso do sistema legal", alegou.
A idade avançada de Joe Biden, o atual Presidente e candidato Democrata à Casa Branca, voltou a ganhar destaque na campanha eleitoral, na sequência de confusões de linguagem que tem apresentado publicamente.
Biden, de 81 anos, completaria 86 anos no final de um segundo mandato.
Já Trump, que completa 78 anos em junho e é o candidato favorito nas primárias Republicanas, teria 82 anos no final de um segundo mandato como chefe de Estado.
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