Zelensky diz que vitória depende da ajuda militar do Ocidente

O Presidente da Ucrânia afirmou hoje que a vitória do país depende da ajuda militar do Ocidente, avançando ter "a certeza" de que o Congresso dos Estados Unidos acabará por aprovar o pacote de apoio há muito aguardado.

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© Volodymyr Tarasov / Getty Images

Lusa
25/02/2024 17:56 ‧ 25/02/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"A questão de saber se a Ucrânia vai perder, se a situação vai ser muito difícil e se vai haver um grande número de baixas depende de vós, dos nossos parceiros, do mundo ocidental", disse Volodymyr Zelensky, numa conferência de imprensa realizada em Kyiv, por ocasião do segundo aniversário do conflito.

"Se formos fortes, com armas, não perderemos esta guerra", precisou.

O chefe de Estado mostrou-se otimista quanto à possibilidade de o Congresso dos Estados Unidos da América aprovar um pacote de ajuda de 60 mil milhões de dólares, atualmente bloqueado pelos membros republicanos da Câmara dos Representantes.

"Estou certo de que a votação será positiva", afirmou.

Zelensky sublinhou igualmente a importância vital da continuação da ajuda militar dos Estados Unidos ao seu país no terceiro ano de guerra, indicando que a dinâmica do conflito poderia mudar se recebesse mais mísseis Patriot.

"Se hoje ou nos próximos meses a Ucrânia recebesse 10 sistemas Patriot para os principais centros industriais do país, e se pudéssemos utilizar estes sistemas mais perto da linha da frente, [os aviões russos] não se aproximariam de nós", disse.

O chefe de Estado ucraniano acrescentou que a situação em toda a frente mudaria radicalmente se a Ucrânia recebesse quantidades semelhantes de "dois ou três outros" tipos de armamento ocidental.

Zelensky previu que os meses de março e abril sejam difíceis para a Ucrânia, tanto no campo de batalha como nas frentes "política e financeira".

"A Rússia vai preparar ações de contraofensiva no início do verão ou no final de maio, se puder", acrescentou.

O exército está a perder terreno no Leste para as forças russas, que tiram partido da sua superioridade numérica em soldados e munições.

Na conferência de imprensa, Zelensky disse também que a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, está do lado da Ucrânia na luta contra a invasão russa, mas existem muitas figuras pró-Putin (Presidente russo) em Itália.

"Meloni está do nosso lado, estou muito grato à vossa primeira-ministra e estou satisfeito com o acordo [bilateral de segurança] que assinámos ontem, mas há muitos pró-Putin em Itália e, antes de mais, devem cancelar os seus vistos", afirmou, em resposta a uma pergunta sobre o assunto.

O Presidente ucraniano avançou que está a ser preparada uma lista, que não diz respeito apenas a Itália, de "propagandistas russos".

"É uma lista longa e queremos apresentá-la à Comissão Europeia, ao Parlamento Europeu, aos líderes da União Europeia e dos Estados Unidos. São propagandistas e empresas próximas da Rússia que estão a tentar contornar as sanções", disse.

Zelensky afirmou ainda que 31.000 soldados ucranianos foram mortos na guerra com a Rússia, dando pela primeira vez conta das perdas militares da Ucrânia.

"Trinta e um mil soldados ucranianos morreram nesta guerra. Não são 300 mil, nem 150 mil, como dizem Putin e o seu círculo de mentirosos. Mas cada uma destas perdas é uma grande perda para nós", afirmou.

Kyiv e Moscovo recusam-se normalmente a comunicar as respetivas perdas militares.

A ofensiva militar russa no território ucraniano foi lançada em 24 de fevereiro de 2022 para alegadamente defender os territórios pró-russos e eliminar um suposto nazismo no país vizinho.

A guerra mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

O conflito -- que entra agora no terceiro ano - provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, e um número por determinar de vítimas civis e militares.

[Notícia atualizada às 20h14]

Leia Também: Exército israelita e Hezbollah protagonizam nova situação de fogo cruzado

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