Quatro seminaristas condenados por abuso sexual de colega na Venezuela

O Ministério Público (MP) da Venezuela anunciou hoje que quatro jovens seminaristas foram condenados por abuso sexual de um companheiro no Seminário Diocesano Santo Tomás de Aquino, no estado de Táchira, 820 quilómetros a sudoeste de Caracas.

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Lusa
27/02/2024 06:42 ‧ 27/02/2024 por Lusa

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"Com base no acervo provatório apresentado pelo MP, dois jovens de 17 anos foram condenados a 10 anos de prisão pela sua responsabilidade no abuso sexual cometido contra um rapaz de 14 anos. Por este mesmo caso, um outro jovem de 17 anos e um jovem de 16 anos foram também condenados a 8 anos de prisão pela sua colaboração no referido abuso", explica um comunicado divulgado em Caracas.

Segundo o MP o caso foi denunciado em 3 de junho de 2023, na Unidade de Atendimento à Vítima (UAV), do Ministério Público, em Palmira, Táchira.

"Nesse dia, o reitor do Seminário Diocesano Santo Tomás de Aquino dirigiu-se à UAV para informar que, dois dias antes, a mãe da vítima o tinha procurado para informar que desde há quatro meses o filho era alvo de ameaças, agressões físicas e abusos sexuais por parte de vários alunos do ensino secundário. Entre os agressores encontrava-se o sobrinho do vice-reitor", explica o MP.

O reitor elaborou um relatório e apresentou uma denúncia que levou o MP a solicitar avaliações médicas pertinentes.

Por outro lado, a Brigada de Crimes contra a Mulher, a Criança e o Adolescente do Corpo de Investigações Científicas, Criminais e Criminalísticas (Cicpc, antiga Polícia Técnica Judiciária) identificou e deteve os quatro autores.

Durante o julgamento o MP "ratificou a acusação contra dois jovens de 17 anos pela prática de abuso sexual com penetração, para além de ameaças" e "contra os outros dois autores (17 e 16 anos, respetivamente) como colaboradores imediatos".

"Depois de o MP ter apresentado 59 provas relacionadas com o caso, o Tribunal Único de Julgamento do Sistema de Responsabilidade Penal dos Adolescentes proferiu as sentenças e ordenou que os condenados fossem detidos num centro de cuidados até completarem 18 anos de idade. Depois disso, vão ser transferidos para outro centro de reclusão", explica o comunicado.

Segundo a imprensa local, em julho de 2022, o jornal norte-americano The Washington Post divulgou uma investigação na qual dava conta que vários sacerdotes venezuelanos, condenados por abusos sexuais, tinham sido restituídos nas suas funções.

Segundo o jornal, de 10 casos investigados, "envolvendo denúncias de abuso sexual infantil", os perpetradores, condenados entre 2001 e 2022, foram libertados antes do tempo ou "não cumpriram" a condena de prisão e pelo menos três sacerdotes tinham sido autorizados a regressar ao ministério.

Leia Também: 25 de Abril. Luso-venezuelanos têm "necessidade de saber o que aconteceu"

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