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ONU formaliza convite para novas negociações sobre paz na Síria em abril

O enviado da ONU para a Síria formalizou hoje um convite para a nona ronda de negociações de paz, a realizar no final de abril em Genebra, mesmo após a Rússia já se ter oposto à realização na Suíça.

ONU formaliza convite para novas negociações sobre paz na Síria em abril
Notícias ao Minuto

18:31 - 27/02/24 por Lusa

Mundo ONU

Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação na Síria, Geir Pedersen recordou que, há mais de 18 meses, convocou essa mesma ronda de negociações - lideradas pela Síria e facilitadas pela ONU -, mas que acabou por não acontecer devido à oposição do "ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, que confirmou este mês que a Rússia já não considera a Suíça um local neutro e, como resultado, o Governo sírio não aceitou Genebra".

"Ao longo de 18 meses, com o apoio de vários intervenientes externos, (...) vários locais foram sugeridos. Mas, lamento dizer, a realidade é esta: ninguém ainda beneficiou do consentimento mínimo exigido -- tanto dos partidos sírios, como do próprio potencial anfitrião", declarou o enviado especial da ONU.

Pederson chegou a propor recentemente que a nona sessão pudesse acontecer no escritório das Nações Unidas em Nairobi, mas, igualmente, não se alcançou consenso nesse sentido.

"Não tendo deixado pedra sobre pedra para encontrar um local alternativo, acredito que a única maneira de avançar neste momento é reunir-nos novamente em Genebra -- pelo menos como uma proposta de transição enquanto não houver consenso sobre um local alternativo", defendeu o enviado aos membros do Conselho de Segurança.

"Por isso, estou hoje a emitir convites formais para uma nona ronda em Genebra, no final de abril", anunciou.

Apelando a todos os atores internacionais para que apoiem as ações da ONU como facilitadores das negociações, Pedersen também instou as partes a "absterem-se de interferir num local que as próprias partes sírias tenham acordado formalmente".

O enviado especial das Nações Unidas para a Síria também expressou preocupação com o aumento das tensões na região, as quais "precisam de diminuir urgentemente, começando com o cessar-fogo humanitário imediato em Gaza".

"E precisamos igualmente de uma desescalada urgente dentro da Síria, (...) rumo a um cessar-fogo a nível nacional. Os civis e as infraestruturas civis devem ser protegidos", sublinhou.

A guerra na Síria, desencadeada em março de 2011 pela violenta repressão do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, de manifestações pacíficas, já provocou mais de meio milhão de mortos e obrigou à deslocação de vários milhões de pessoas.

O conflito ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.

Além disso, em fevereiro de 2023, um poderoso sismo de magnitude 7,8 e a sua réplica provocaram a morte de cerca de 60.000 pessoas na Turquia e na Síria.

De acordo com Damasco, o sismo matou mais de 1.400 pessoas nas zonas controladas pelo Governo sírio, enquanto mais de 4.500 pessoas pereceram nas regiões mantidas pelas fações da oposição no noroeste do país.

Na reunião de hoje do Conselho de Segurança, o coordenador de ajuda de emergência nas Nações Unidas, Martin Griffiths, indicou que a crise humanitária na Síria é uma das mais graves do mundo, e que se deteriorou ainda mais nos últimos 12 meses.

"Em 2024, as perspetivas humanitárias da Síria continuam sombrias. Uns impressionantes 16,7 milhões de pessoas necessitam agora de assistência humanitária -- quase três quartos da população e o maior número de pessoas necessitadas desde o início da crise", assinalou Griffiths.

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