"Darei o meu melhor". Yulia Navalnaya promete derrotar "monstro" Putin
Yulia Navalnaya afirmou que "Putin matou" o seu marido, que "foi torturado durante três anos sob as suas ordens". "Não estamos a lidar com um político, mas sim com um monstro e líder de um 'gang' criminoso", alertou.
© FREDERICK FLORIN/AFP via Getty Images
Mundo Alexei Navalny
Yulia Navalnaya, a viúva de Alexei Navalny, voltou a acusar, esta quarta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela morte do marido e garantiu que irá dar "o seu melhor" para realizar o "sonho" do opositor.
"Putin matou o meu marido, Alexei Navalny. Foi torturado durante três anos sob as suas ordens", afirmou durante um discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.
Yulia lembrou que o marido, que morreu a 16 de fevereiro na colónia penal russa onde estava detido desde 2020, não tinha direito a visitas nem a contactar os familiares e estava preso "numa cela minúscula", onde "passou fome" e foi "maltratado".
"Putin é capaz de qualquer coisa", atirou, acrescentando que "muitas pessoas têm a sensação de que Putin não pode ser derrotado".
Lembrando que o marido "era um inventor", que "sempre teve ideias novas para tudo, sobretudo na política", Yulia Navalnaya falou sobre o tempo em que Alexei Navalny se candidatou à presidência da Rússia, em 2018, quando foi impedido de fazer campanha e até de conceder entrevistas à televisão russa.
"E, mesmo assim, Alexei Navalny conseguiu tornar-se o político mais famoso da Rússia. Conseguiu inspirar milhões de pessoas com as suas ideias. Como é que ele fez isso? Esteve sempre a fantasiar e a experimentar. Não podia ir à televisão? Então aprendeu a fazer vídeos no Youtube", recordou, destacando a necessidade de "inovar".
Para a viúva de Navalny, o presidente russo "não será parado" apenas com sanções. "Não podemos derrotá-lo ao pensar que ele é um homem de princípios, com moral. Não é verdade. E Alexei Navalny percebeu isso há muito tempo. Não estamos a lidar com um político, mas sim com um monstro e líder de um 'gang' criminoso", frisou.
Visivelmente emocionada, Yulia Navalnaya reiterou: "Vladimir Putin é o líder de um 'gang' de crime organizado, que inclui assassinos".
"Putin tem de responder por aquilo que fez ao nosso país. Putin tem de responder por aquilo que fez a um país vizinho, um país pacífico [a Ucrânia]. Putin tem de responder por tudo o que fez a Alexei Navalny", elencou.
Alexei Navalny "nunca verá a belíssima Rússia do futuro", mas Yulia garantiu que "tudo fará" para atingir os objetivos do marido. "Darei o meu melhor para tornar o seu sonho realidade. O mal irá cair e o futuro brilhante irá surgir", terminou, recebendo aplausos e ovações dos eurodeputados.
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— European Parliament (@Europarl_EN) February 28, 2024
O corpo de Navalny foi devolvido à sua mãe no sábado, depois de ter ficado retido mais de uma semana pelas autoridades russas. Segundo foi anunciado esta quarta-feira, o funeral irá realizar-se na próxima sexta-feira, 1 de março, em Moscovo. No entanto, Yulia Navalnaya afirmou que "não sabe" se o funeral "será pacífico" ou se a polícia "vai deter" apoiantes do marido.
Segundo os serviços prisionais da região ártica de Yamal-Nenets, onde se situa a colónia penal onde Navalny cumpria uma pena de 19 anos de prisão, "a 16 de fevereiro de 2024, no centro penitenciário n.º 3, o prisioneiro Navalny A.A. sentiu-se mal depois de uma caminhada", estando as causas da morte a "ser apuradas".
[Notícia atualizada às 11h26]
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