Alerta na Europa devido ao nitaceno (droga mais forte do que fentanil)
Droga já matou mais de 200 pessoas desde que foi detetada pela primeira vez nas ruas, em 2019.
© Joe Lamberti for The Washington Post via Getty Images)
Mundo Droga
As autoridades médicas norte-americanas e europeias têm uma nova substância perigosa com que se preocupar. Chama-se nitaceno e já matou mais de 200 pessoas desde que foi detetada nas ruas pela primeira vez, em 2019. Contudo, o número real de mortes deve ser bastante superior.
"O número real de mortes não é conhecido porque não são detetados nas análises de rotina dos hospitais. Para detetá-los é preciso procurá-los especificamente", afirmou Koldo Callado, médico e professor de Farmacologia da Universidade do País Basco (UPV/EHU) ao La Voz de Vanguardia.
As duas últimas mortes foram registadas no condado de Boulder, Colorado, nos Estados Unidos, no ano passado. Segundo as autoridades, "durante o ano passado, o Condado de Boulder registou uma diminuição nas mortes por fentanil, o que é extremamente positivo, mas o surgimento de nitacenos levanta novas preocupações".
Com efeitos semelhantes aos da morfina, oxicodona, heroína e fentanil, mas com uma potência muito maior, esta droga preocupa cada vez mais.
A variante mais conhecida nas ruas é o isotonitaceno, popularmente conhecido como 'Iso' ou 'Tony'. A sua presença foi notificada pela primeira vez ao Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência em julho de 2019.
Dois anos depois, em 2021, foi classificada como droga "por causar danos à saúde derivados da sua toxicidade aguda" e pelo "seu potencial para criar dependência ou propensão ao abuso, sendo esses danos considerados potencialmente fatais".
Conhecido como 'droga de Frankenstein' pela possibilidade de modificar a sua estrutura química para potenciar os seus efeitos, os nitacenos são uma classe de opioides sintéticos que engloba mais de 20 compostos diferentes.
A empresa suíça CIBA chegou a realizar testes com nitacenos para o tratamento da dor, mas nunca foram aprovadas para uso médico, explicou ainda Christopher Holstege, diretor do Centro de Toxicologia Blue Ridge, na Virgínia, num artigo publicado no The Conversation.
“Os testes realizados não demonstraram que fossem mais eficazes que a morfina e outros opiáceos”, acrescentou o especialista.
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