Centenas de manifestantes exigem presidenciais no Senegal em abril

Várias centenas de manifestantes exigiram hoje na capital do Senegal, Dacar, a realização das eleições presidenciais antes de 02 de abril, data em que termina o mandato do atual Presidente, Macky Sall.

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Lusa
02/03/2024 19:30 ‧ 02/03/2024 por Lusa

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Senegal

O Senegal está mergulhado numa grave crise política desde que o chefe de Estado adiou as eleições presidenciais, inicialmente marcadas para 25 de fevereiro.

Este adiamento, denunciado como um "golpe de Estado constitucional" pela oposição, causou a indignação na opinião pública e manifestações que já provocaram quatro mortos. O Conselho Constitucional derrubou, finalmente, a proposta de Sall e o país tem estado desde então à espera de uma nova data para as eleições.

A pedido da "Frente de Resistência", uma união da sociedade civil e de organizações da oposição criada na quinta-feira, várias centenas de pessoas reuniram-se hoje num vasto terreno arenoso num bairro da classe trabalhadora da capital senegalesa.

Muitos deles usavam as cores do Senegal e agitavam fotos do opositor Ousmane Sonko, detido desde o final de julho, por "apelar à insurreição", e privado de concorrer às eleições presidenciais, depois de a sua candidatura ter sido considerada inválida. Sonko apoia agora a eleição de Bassirou Diomaye Faye, também detido, mas cuja candidatura foi aceite.

"Queremos que haja eleições antes de 02 de abril com os 19 candidatos selecionados pelo Conselho Constitucional e que a democracia senegalesa continue a brilhar", explicou Assane Camara, um comerciante de 27 anos.

"Macky Sall ditador", "Free Sonko", gritavam os manifestantes, que repetidamente cantavam uma canção em homenagem ao opositor do Presidente, "Sonko namenaaalaa" ("Sentimos a tua falta, Sonko", em Ouolof).

Vários responsáveis políticos que representam os candidatos às eleições dirigiram-se à multidão.

"O que pedimos ao Presidente Macky Sall é que organize as eleições antes de 02 de abril e que entregue pessoalmente as chaves do palácio ao seu sucessor, para que possamos começar a reconstruir o nosso país", declarou Aminata Touré, antiga primeira-ministra, e membro da coligação "Presidente Bassirou".

Um diálogo nacional, organizado no início da semana pelo Presidente e boicotado pela oposição, recomendou a organização das eleições em 02 de junho. O chefe de Estado indicou que iria encaminhar estas recomendações "para parecer" ao Conselho Constitucional.

Leia Também: PR senegalês vai pedir parecer sobre eleições presidenciais

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