ONU. Ataques Hutis no Mar Vermelho complicam "mediação" de paz no Iémen

O enviado especial da ONU para o Iémen afirmou hoje que os ataques dos Hutis contra navios no Mar Vermelho complicam os esforços de mediação para acabar com o conflito que eclodiu em 2015 no país árabe.

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© Israel Defense Forces/Anadolu via Getty Images

Lusa
05/03/2024 15:38 ‧ 05/03/2024 por Lusa

Mundo

Mar Vermelho

"O ambiente de mediação tem sido complicado pelos recentes acontecimentos na região", afirmou Hans Grundberg em entrevista à rede televisiva al-Arabiya, referindo-se também à ofensiva de Israel contra Gaza após os ataques de 07 de outubro realizados pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

O responsável da ONU alertou que a desestabilização no Médio Oriente está a causar "um clima mais complicado" nos esforços de mediação e sustentou que "a prioridade" da comunidade internacional "passa a ser de imediato a escalada [do conflito] e os fatores que o agravam e que devem ser abordados".

Grundberg também sublinhou que os ataques Hutis a navios também têm impacto no ambiente, especialmente quando os navios afundam, e defendeu o estabelecimento de um cessar-fogo no Iémen através de uma solução política.

"É necessário estabelecer um cessar-fogo para que os iemenitas possam viver com a garantia de que a guerra não voltará", disse, sublinhando que "é fundamental que o processo político seja retomado para que os iemenitas possam começar a definir o seu futuro para si mesmos".

Os Hutis que, apoiados pelo Irão, controlam a capital do Iémen, Sanaa, e outras áreas no norte e oeste do país desde 2015, lançaram vários ataques contra o território israelita e contra navios com algum tipo de ligação a Israel na sequência da ofensiva militar israelita contra Gaza.

Além disso, ameaçaram atacar navios norte-americanos e britânicos que se encontram na zona em resposta aos bombardeamentos das últimas semanas contra o Iémen, que, segundo Washington e Londres, tentam impedir operações dos rebeldes e garantir a liberdade de navegação na região.

A ONU tem tentado mediar um acordo de paz no Iémen para pôr fim à guerra que dura desde 2015.

Os rebeldes e as autoridades iemenitas internacionalmente reconhecidas - apoiadas por uma coligação liderada pela Arábia Saudita -- têm reforçado os seus contactos desde março de 2023, quando Teerão e Riade restabeleceram relações diplomáticas, embora estas tenham sido congeladas após a eclosão do conflito em Gaza.

Leia Também: Hutis do Iémen reivindicam ataque a cargueiro no mar Vermelho

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