Terceira mais alta diplomata dos EUA deixa o cargo ainda este mês
Victoria Nuland - a terceira diplomata mais importante dos EUA e alvo de críticas do Kremlin pelas suas opiniões agressivas contra a Rússia - vai reformar-se este mês, informou hoje o Departamento de Estado norte-americano.
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Mundo EUA
Nuland, subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, foi secretária de Estado Adjunta para a Europa no mandato do ex-Presidente Barack Obama e até Donald Trump ter sido eleito Presidente, em 2016, e após o regresso ao topo da hierarquia do Departamento de Estado nos últimos anos vai agora afastar-se da vida política.
Nuland tinha sido candidata à sucessão de Wendy Sherman como vice-secretária de Estado, mas perdeu uma disputa interna no Governo quando o atual Presidente, Joe Biden, nomeou Kurt Campbell para ser número dois da diplomacia dos Estados Unidos, no mês passado.
A diplomata que agora se reforma serviu na embaixada dos EUA em Moscovo na tumultuosa década de 1990 e estava na capital russa durante a tentativa de golpe contra o ex-presidente Boris Yeltsin.
Nessa altura, tornou-se embaixadora dos EUA na NATO, antes de ser escolhida para servir como porta-voz do Departamento de Estado da ex-chefe de diplomacia Hillary Clinton durante o primeiro mandato do presidente Barack Obama.
Como porta-voz do Departamento de Estado e, mais tarde, como secretária de Estado adjunta para a Europa, Nuland provocou a ira de muitos líderes russos, por causa da sua defesa aberta da Ucrânia, especialmente depois de a Rússia anexar a península da Crimeia em 2014.
O ex-secretário de Estado John Kerry recordou inúmeras vezes que quando Nuland deixou o cargo de porta-voz durante o seu mandato, para se tornar a principal diplomata para os assuntos da Europa, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, felicitou-o por a ter afastado.
Kerry respondeu a Lavrov que não se livrara dela: "Eu promovi-a".
O atual chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, elogiou Nuland pelas suas três décadas e meia de serviço público e agradeceu-lhe pelo seu papel na definição da política externa norte-americana sob seis presidentes e 10 secretários de Estado.
"Os seus esforços têm sido indispensáveis para enfrentar a invasão em grande escala da Ucrânia por Putin, para organizar uma coligação global para garantir o seu fracasso estratégico e para ajudar a Ucrânia a trabalhar rumo ao dia em que será capaz de se manter firme com os seus próprios pés -- democraticamente, economicamente, e militarmente", escreveu Blinken, no elogio à diplomata.
Nuland será substituída temporariamente como subsecretária de Estado por outro diplomata de carreira, John Bass, ex-embaixador no Afeganistão que supervisionou a retirada dos EUA do país e que, atualmente, é subsecretário de Estado de gestão.
Para uma substituição definitiva, fontes governamentais aponta a atual embaixadora dos EUA na NATO, Julianne Smith, uma ex-funcionária do Pentágono que também foi vice-assessora de Segurança Nacional do então vice-presidente Joe Biden.
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