A organização, com sede em Londres e com informadores no país asiático, disse que o ataque causou ainda 16 feridos e 50 desaparecidos, admitindo que o número de mortos poderá aumentar.

O ataque ocorreu na zona de Kabajib, na província oriental de Deir Ezzor.

Entre as vítimas mortais estão quatro membros de uma milícia síria pró-governamental, disse a organização, citada pela agência espanhola Europa Press.

O OSDH disse que os agressores abriram fogo contra pessoas que procuravam trufas na zona, desencadeando combates com membros das Forças de Defesa Nacional, criadas em 2012 no contexto da guerra civil iniciada um ano antes.

As Forças de Defesa Nacional funcionam como um corpo de reserva das Forças Armadas sírias.

A apanha de trufas é uma importante fonte de financiamento para os civis sírios devido ao elevado preço de mercado, especialmente na capital Damasco.

O EI (ou Daesh, no acrónimo árabe) fez vários ataques contra trabalhadores da apanha de trufas nos últimos anos.

O grupo jihadista não controla território na Síria desde que foi expulso de Baghuz, em 2019, pelas Forças Democráticas Sírias, lideradas pela milícia curda Unidades de Proteção Popular.

Mas as células do EI espalhadas pelo deserto efetuam regularmente ataques mortíferos, sobretudo durante a estação das chuvas, entre fevereiro e abril, a única altura do ano em que se podem colher trufas de areia.

O deserto sírio tem a reputação de produzir algumas das melhores trufas do mundo, que atingem preços elevados num país em crise económica, após quase 13 anos de guerra.

Segundo o OSDH, os jihadistas do EI têm frequentemente como alvo os habitantes locais que se deslocam a zonas remotas para colher trufas.

Apesar dos frequentes avisos das autoridades, esta atividade de alto risco continua, segundo a agência francesa AFP.

Em 2023, várias centenas de pessoas, na maioria civis, foram mortas durante a recolha de trufas de areia, em ataques de combatentes do EI no deserto ou em explosões de minas, segundo uma contagem do OSDH.

A guerra na Síria, desencadeada pela repressão dos protestos pró-democracia em 2011, provocou mais de meio milhão de mortos, deslocou milhões de pessoas e fragmentou o país.

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