China acusa EUA de conceberem táticas para conter país
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China acusou hoje os Estados Unidos de conceberem táticas para conter a ascensão da China e criticou a administração norte-americana por impor mais sanções a empresas chinesas.
© Reuters
Mundo China/EUA
Em conferência de imprensa, à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, Wang Yi reconheceu que as relações com os EUA melhoraram desde que os Presidentes chinês, Xi Jinping, e norte-americano, Joe Biden, estiveram reunidos em novembro, embora Washington não tenha cumprido as promessas feitas.
"Se os EUA dizem sempre uma coisa e fazem outra, onde está a sua credibilidade como grande potência? Se os EUA ficam nervosos e ansiosos quando ouvem a palavra 'China', onde está a sua confiança como grande potência?", questionou. "Se os EUA estão obcecados em conter a China, acabarão por se prejudicar a si próprios", disse.
Wang, um diplomata veterano de 70 anos que conquistou a confiança de Xi, regressou ao cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros no verão passado, depois de o sucessor Qin Gang ter sido abruptamente demitido sem explicação, ao fim de meio ano no cargo.
Analistas consideraram que o Partido Comunista, no poder, podia aproveitar a reunião de uma semana do órgão legislativo para nomear um novo chefe da diplomacia, mas tal hipótese foi excluída depois de uma ordem de trabalhos divulgada na véspera da sessão de abertura não incluir mudanças de pessoal.
Wang acusou os Estados Unidos, sem os nomear, de estarem a provocar problemas em Taiwan e no mar do Sul da China.
A China afirma que Taiwan é uma província do país que deve estar sob o controlo de Pequim, e reivindica a quase totalidade do mar do Sul da China, o que a coloca em desacordo com Filipinas, Vietname e outros países vizinhos do Sudeste Asiático.
As Filipinas e os Estados Unidos acusaram a China de táticas agressivas na tentativa de impedir os navios filipinos de chegarem aos recifes e outros afloramentos que ambas as partes reivindicam.
Na terça-feira, as Filipinas e a China acusaram-se mutuamente após novo embate entre navios das guardas costeiras numa zona disputada nas águas, onde têm sido registados vários incidentes entre embarcações dos dois países nos últimos meses.
Wang afirmou que os países que insistem em manter laços oficiais com Taiwan estão a interferir nos assuntos internos da China. A maioria dos países, incluindo os Estados Unidos, não tem laços diplomáticos com Taiwan, mas a China opõe-se às visitas de políticos norte-americanos à ilha e às vendas de equipamento militar norte-americano para o exército da ilha.
A China vai continuar a trabalhar para a reunificação pacífica de Taiwan, disse Wang, advertindo que qualquer pessoa que apoie a independência de Taiwan vai pagar um preço.
De acordo com observadores, a maioria dos taiwaneses prefere manter o 'status quo' de independência de facto e não formal, para não antagonizar a China por temer que o domínio chinês possa pôr em perigo as liberdades e a democracia, especialmente depois da repressão chinesa em Hong Kong, na sequência dos protestos antigovernamentais de 2019.
"O nosso objetivo é muito claro", disse Wang. "Taiwan nunca poderá separar-se da sua pátria", vincou.
O ministro criticou ainda as sanções impostas contra empresas do país asiático, depois de, há duas semanas, EUA e UE terem alargado as sanções contra empresas e indivíduos da China e de vários outros países por alegadamente ajudarem o esforço de guerra da Rússia.
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