Timor reitera posição de ligar gasoduto do Greater Sunrise à costa sul
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, reiterou a posição timorense de estabelecer um gasoduto do Greater Sunrise para a costa sul para desenvolver a indústria petrolífera e assegurar benefícios justos para o país, referiu hoje o Governo timorense.
© Reuters
Mundo Xanana Gusmão
Xanana Gusmão deslocou-se a Melbourne para participar na cimeira especial entre a Austrália e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), organização a que Timor-Leste prepara o seu processo de adesão, que decorreu entre segunda e quarta-feira.
Durante a sua estada em Melbourne, Xanana Gusmão reuniu-se, na quarta-feira, com a presidente do conselho de administração da empresa petrolífera australiana Woodside, Meg O'Neill, para discutir "questões relacionadas com o processo de desenvolvimento do projeto estratégico do campo petrolífero Greater Sunrise".
No encontro, Xanana Gusmão e Meg O'Neill "conversaram sobre os estudos de viabilidade relativos ao desenvolvimento do Greater Sunrise, bem como sobre o processo de negociação com a Austrália sobre o conceito de desenvolvimento dos recursos", salientou o Governo.
A Woodside está a realizar um estudo sobre a viabilidade do projeto, que deve estar concluído ainda este ano.
Localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, o projeto Greater Sunrise tem estado envolto num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin.
O consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside Energy (33,44%) e a Osaca Gás Australia (10,00%).
O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, terá de ser dividido, com 70% das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80% se o processamento for em Darwin.
Em Melbourne, Xanana Gusmão reuniu-se também com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, e com o seu homólogo da Nova Zelândia, Christopher Luxon, com quem abordou o fortalecimento da cooperação bilateral.
Sobre a cimeira, que assinalou os 50 anos parceria entre a Austrália e a ASEAN, Xanana Gusmão salientou a "importância do evento para uma reflexão conjunta sobre o que já foi alcançado e o que se pretende para o futuro".
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