Maior mistério da aviação foi há 10 anos. O que se sabe (e que se segue)?
O voo MH370 desapareceu dos radares há uma década e ainda hoje os familiares questionam os governos sobre o que aconteceu. Várias peças do avião foram aparecendo em diferentes locais, mas nem o avião, nem os corpos foram alguma vez encontrados. O que aconteceu? As teorias são várias.
© Supian Ahmad/NurPhoto via Getty Images
Mundo Malasya Airlines
Um dos maiores desastres aéreos aconteceu há dez anos e, passada uma década, muitas questões continuam por responder. Em causa está o MH370, que partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, com destino a Pequim, na China. A aeronave desviou-se da trajetória prevista, virando para oeste e atravessando a península da Malásia.
A bordo do avião da Malaysia Airlines seguiam 239 pessoas, de 15 nacionalidades, e, tal como recorda o The New York Times, acredita-se que o Boeing 777 voou ainda durante algumas horas depois de perder o contacto com os radares. Alguns responsáveis acreditam o avião pode ter caído alguns no Oceano Índico depois de ter ficado sem combustível.
A razão pela qual o avião ‘desapareceu’ dos radares continua por descobrir, e o caso já deu mesmo origem a uma série na Netflix.
Num artigo publicado esta sexta-feira, o New York Times destacou a investigação que tem vindo a acontecer, e os marcos mais importantes ao longo desta década.
Mas, dez anos depois, o que se sabe sobre este acidente?
A investigação por ar e terra
A primeira fase das buscas aconteceu de forma muito intensa nos 52 dias a seguir ao acidente, e as buscas foram feitas sobretudo através do ar - obrigando à mobilização de 334 voos de busca.
Em 2017, três anos depois do acidente, os governos da China, Austrália e Malásia cancelaram as buscas subaquáticas, que tiveram um custo de 150 milhões de dólares. Já em janeiro de 2018, o governo da Malásia iniciou uma outra investigação, depois de as famílias, que continuam à procura de respostas, terem pressionado os governantes. A nova investigação durou alguns meses, e acabou sem resultados.
O que é que já foi encontrado?
Apesar de nenhum avião ter sido encontrado nesta década, foram descobertas cerca de 20 peças de destroços que se acredita terem pertencido ao avião em questão. As peças foram localizadas na costa africana e também em Madagáscar ou nas Maurícias.
Em 2015, um flaperon de um Boeing 777, que faz parte das asas, foi encontrado junto à Ilha da Reunião, no Oceano Índico, o que poderá tornar possível que sejam destroços do voo MH370.
No ano seguinte, em Moçambique foi encontrada uma peça triangular de que dizia “Não pisar”, cujo material correspondia ao mesmo daquele que são compostos os aviões.
No mesmo ano, o governo australiano confirmou mesmo que a parte de uma asa que apareceu na Tanzânia pertencia a esse voo.
Quais são as teorias para o desaparecimento deste voo?
A falta de informação após as investigações levou a que houvesse muitas teorias para o que aconteceu nesse dia, 8 de março de 2014.
Segundo o que aponta a publicação norte-americana, alguns responsáveis acreditam que o avião ficou sem combustível e que os pilotos tentaram fazer uma aterragem no mar. Há ainda quem aponte que ambos os pilotos perderam o controlo do avião ou que um destes pudesse ser “desonesto” e estar envolvido em algo – ou mesmo que alguém tenha tomado o controlo da aeronave.
O que dizem as conclusões governamentais?
Uma investigação de quatro anos não chegou a nenhuma conclusão decisiva. Os resultados foram conhecidos ainda em 2018, e os familiares têm desde aí até agora questionado os decisores sobre o que aconteceu – dado que nenhum corpo apareceu.
Um dos responsáveis da investigação, Kok Soo Chon, explicou que as provas disponíveis, que incluíam a rota do voo e o desligar de um equipamento dispositivo de comunicação no avião “apontam de forma irresistível” para uma “interferência ilegal”, o que abre portas para a possibilidade de a aeronave ter sido desviada – ainda assim, não há suspeitas da razão que possa ter levado a tal ou mesmo quem.
Também os pilotos foram investigados exaustivamente e nenhuma anomalia foi detetada.
E agora?
Esta semana, as autoridades da Malásia admitiram, em comunicado, que o governo estava pronto para iniciar uma nova busca. "Esta busca é, sem dúvida, a mais difícil e, de facto, a mais pertinente", afirmaram.
"Temos estado a trabalhar com muitos especialistas, alguns fora da Ocean Infinity [que realizou as buscas], para continuar a analisar os dados na esperança de reduzir a área de busca para uma em que o sucesso se torne potencialmente alcançável", concluiram.
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