Telavive e Hamas estão "longe de um acordo" sobre trégua em Gaza
Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas "estão longe" de chegar a um acordo para uma trégua na Faixa de Gaza e para a libertação de reféns, afirmou hoje um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar.
© Mohammed Dabbous/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Majed al-Ansari
"Não estamos perto de um acordo, o que significa que não vemos as duas partes a convergir numa linguagem que possa resolver o atual desacordo", disse Majed al-Ansari numa conferência de imprensa, acrescentando que continuam as conversações entre as partes, mediadas pelo Qatar, passados que estão pouco mais de cinco meses desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
Apesar de novas conversações no início de março no Cairo, os três países mediadores -- Estados Unidos, Qatar e Egito -- não conseguiram chegar a um acordo de tréguas acompanhado da libertação dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza desde o início da guerra, em outubro passado.
"[Todas as partes] continuam a trabalhar no âmbito das negociações para chegar a um acordo, esperemos que durante o Ramadão [mês sagrado para os muçulmanos]", que teve início esta semana, disse Ansari.
No entanto, o porta-voz acrescentou que não estava em condições de "propor um calendário" para um acordo de tréguas, sublinhando que o conflito continua a ser "muito complicado no terreno".
A guerra em curso foi desencadeada a 07 de outubro do ano passado por um ataque sem precedentes perpetrado por comandos do Hamas infiltrados no sul de Israel a partir de Gaza, que causou a morte de pelo menos 1.160 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da agência francesa AFP baseada em fontes oficiais israelitas, tendo também sido sequestradas no mesmo dia cerca de 240 pessoas.
Em represália, Israel prometeu aniquilar o movimento islamita palestiniano, no poder em Gaza desde 2007 e classificado como uma organização terrorista por Telavive, Estados Unidos e a União Europeia (UE).
O exército israelita lançou uma ofensiva que já causou mais de 31 mil mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde local, tutelado pelo Hamas.
Segundo Israel, 130 reféns continuam em Gaza, 31 dos quais estarão presumivelmente mortos. Uma trégua no final de novembro permitiu a libertação de 105 pessoas em troca de 240 prisioneiros palestinianos.
O conflito tem-se alargado ao sul do Líbano, com os ataques do movimento xiita libanês Hezbollah a Israel, que tem respondido militarmente.
As duas partes têm estado envolvidas num intenso fogo cruzado na fronteira comum desde 08 de outubro, um dia depois do início da guerra em Gaza, manobras que já mataram pelo menos 338 pessoas, a maioria das quais do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 233 baixas da milícia, algumas delas na Síria.
Também foram contabilizadas pelo menos 47 vítimas civis, incluindo 10 menores e três jornalistas.
Em Israel, pelo menos 17 pessoas foram mortas no norte do território (10 militares e 7 civis).
Os combates, os piores desde a guerra de 2006 entre as duas partes, têm-se tornado cada vez mais intensos ao longo dos meses e intensificaram-se ainda mais nas últimas semanas.
Agora, com o fracasso das tentativas da comunidade internacional para se obter um cessar-fogo em Gaza, teme-se que esta troca de tiros quotidiana possa dar origem a uma nova guerra entre Israel e o Líbano.
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