UE. Líderes bósnios saúdam recomendação para abrir negociações de adesão

Os líderes das duas entidades que compõem a Bósnia-Herzegovina -- a croato-muçulmana e a sérvia -- saudaram hoje a recomendação de Bruxelas para abrir negociações de adesão à União Europeia (UE) como incentivo ao progresso.

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Lusa
12/03/2024 13:27 ‧ 12/03/2024 por Lusa

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Bruxelas

"A política de debate, de compromisso e de evitar abusos populistas e manifestações diárias de falso patriotismo deu obviamente um grande resultado", afirmou o primeiro-ministro da Federação da Bósnia-Herzegovina, entidade que junta muçulmanos e croatas, Nermin Niksic, numa mensagem divulgada na rede social Facebook.

"Ainda há muito trabalho pela frente", admitiu Nermin Niksic, prometendo dedicação "ao caminho europeu" para dar mais perspetivas aos cidadãos, especialmente aos jovens.

A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje que vai propor ao Conselho da União Europeia (UE) a abertura de negociações de adesão com a Bósnia-Herzegovina, por considerar que Sarajevo deu "passos impressionantes", estando agora "totalmente alinhado" com a instituição.

"Os Balcãs Ocidentais estão a cumprir os critérios de adesão e a aspiração dos seus cidadãos a fazerem parte da nossa família. É por esta razão que hoje decidiremos recomendar ao Conselho a abertura de negociações de adesão com a Bósnia-Herzegovina", afirmou Ursula von der Leyen na sessão plenária do Parlamento Europeu.

"O futuro da Bósnia e Herzegovina está na nossa União", garantiu von der Leyen.

"Abrimos a porta principal da UE. E não há como voltar atrás", disse Niksic, cujo partido social-democrata também faz parte da coligação no Governo central da Bósnia-Herzegovina.

Por seu lado, o presidente da entidade sérvia, a República Srpska, Milorad Dodik, considerou, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter) que o anúncio da abertura das negociações "não significa muito sem data" concreta.

Este líder nacionalista, pró-Rússia e com retórica separatista, enfatizou, no entanto, a contribuição da entidade que dirige para o processo de aproximação com a UE.

"Para nós, o caminho europeu é importante porque representa o cumprimento de um grande objetivo nacional: a vida dos sérvios num espaço económico e político sem fronteiras", disse

Dodik assegurou ainda que o país só pode avançar com o acordo dos três povos constituintes e que "qualquer interferência de estrangeiros" nos processos internos afasta "o objetivo comum", que é a adesão à UE.

Os líderes dos três povos que constituem o país, que entre 1992 e 1995 sofreram uma guerra civil que fez quase 100 mil vítimas, costumam defender posições opostas sobre diferentes questões, mas todos concordam com a aspiração de aderir à UE. A Bósnia-Herzegovina recebeu o estatuto de país candidato à adesão em dezembro de 2022.

Além do Estado propriamente dito, a Bósnia-Herzegovina divide-se administrativamente entre a Federação da Bósnia-Herzegovina (51%) e a Republika Srpska (49%), mas conta também com um terceiro território, o distrito de Brcko, não integrado em nenhuma das duas entidades.

A decisão relativa à recomendação que será feita hoje pela Comissão só deverá ser anunciada pelo Conselho Europeu na próxima semana.

Leia Também: Nova lei da UE para trabalhadores das plataformas é "conquista histórica"

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