A antiga embaixadora de facto de Taiwan nos Estados Unidos até novembro do ano passado vai deslocar-se aquele país para finalizar a sua mudança e visitar amigos, estando de fora "motivos diplomáticos", segundo a televisão local TVBS, citando Wu.
A mesma fonte não avançou mais pormenores sobre as datas ou o itinerário da viagem, tal como o gabinete presidencial e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.
O jornal norte-americano Wall Street Journal informou que Hsiao Bi-khim vai estar em Washington esta semana, numa deslocação discreta e que inclui também várias reuniões com responsáveis do Governo dos EUA.
Segundo fontes conhecedoras do processo citadas pelo diário, Hsiao vai debater a agenda da próxima Presidência com membros da Admnistração de Joe Biden e visitará depois "várias capitais europeias" a "título privado".
As autoridades norte-americanas e taiwanesas estão a tentar "manter a viagem de Hsiao em segredo", segundo o jornal, notando como justificação o receio de reações da China.
A última visita da Presidente cessante de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos, em abril do ano passado, provocou uma forte reação de Pequim, que reagiu com a realização de numerosos exercícios militares junto da ilha.
A questão de Taiwan é uma das maiores fontes de conflito entre a China e os Estados Unidos, sobretudo porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado em caso de conflito militar com o gigante asiático.
Taiwan, para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil, é governada de forma autónoma desde 1949, apesar de a China reivindicar a soberania da ilha.
No passado dia 07, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, advertiu que "aqueles que apoiam a 'independência' de Taiwan acabarão por se queimar a brincar com o fogo", reiterando que a ilha "faz parte da China".
"Aqueles que apoiam a 'independência' de Taiwan acabarão queimados por brincarem com o fogo. O princípio de uma só China é de consenso geral da comunidade internacional e não pode ser tolerado apoiar a sua 'independência' porque isso é desafiar a soberania da China", argumentou Wang durante uma conferência de imprensa à margem da Assembleia Popular Nacional (APN) da China, que terminou na segunda-feira.
Wang reiterou que Pequim não vai permitir que Taiwan se separe e que o resultado das eleições no território "não altera minimamente o facto básico de que Taiwan é parte da China, nem altera a tendência histórica do retorno de Taiwan".
Durante a abertura da ANP, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, referiu que a China "se oporá resolutamente" a "qualquer atividade separatista que vise a 'independência de Taiwan'", assim como à "interferência de forças externas" na ilha.
Taipei insistiu que não está "subordinada" à China, depois de Li ter afirmado que Pequim continuará a defender a "grande causa firme e imutável da reunificação" com a ilha.
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