O anúncio foi feito hoje na sede da ONU, em Nova Iorque, pela diretora executiva do "Educação Não Pode Esperar", Yasmine Sherif, juntamente com o ministro da Educação e Ciência da Ucrânia, Oksen Lisovyi, e o seu adjunto, Yevhen Kudriavets, que apelaram aos doadores para que aumentem o financiamento da educação para crianças afetadas pelo conflito.
Kyiv e o fundo global procuram agora mobilizar 17 milhões de dólares (15,57 milhões de euros) adicionais, de forma a financiar integralmente um programa de dois anos.
"Ao investir na educação para meninas e meninos que perderam tanto, estamos a investir na sua esperança, desenvolvimento e futuro. Os doadores precisam de dar um passo para apoiar o 'Educação Não Pode Esperar' e parceiros estratégicos no cumprimento da nossa promessa de educação para todos", apelou Yasmine Sherif.
"Hoje, a Ucrânia tem o desejo e os recursos não só para sobreviver, mas também para se desenvolver. É por isso que encaramos as despesas com a educação como um investimento em capital humano. Construir a democracia e um Estado forte e resiliente", defendeu por sua vez Oksen Lisovyi.
De acordo com o ministro, restaurar o acesso à educação para todas as crianças do país é uma das suas prioridades, num momento em que os menores que residem nas zonas mais afetadas pelo conflito vivem com medo e muitas vezes carecem de serviços básicos, incluindo o acesso a ambientes de aprendizagem de qualidade.
Devido à guerra, aproximadamente 80% da educação é realizada 'online', mas muitas famílias -- especialmente as foram deslocadas pelo conflito -- não têm acesso à tecnologia e às redes para garantir um acesso consistente à aprendizagem por meios tecnológicos.
Desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, centenas de instituições educativas foram danificadas ou destruídas durante o conflito.
Estimativas recentes indicam que mais de 3.500 instituições de ensino foram danificadas, incluindo mais de 340 destruídas, segundo um comunicado conjunto divulgado por Kiev e pelo fundo "Educação Não Pode Esperar".
Face à grande destruição, Portugal comprometeu-se com a recuperação de uma escola de referência ucraniana, Liceu 25, destruída por um bombardeamento russo em março de 2022.
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