Dissidente de 70 anos recebe proposta para sair da prisão e ir à guerra
O dissidente russo Oleg Orlov, de 70 anos e recentemente detido por criticar o ataque de Moscovo à Ucrânia, afirmou ter recebido uma "oferta" do exército para ser destacado para a guerra em troca de libertação.
© ALEXANDER NEMENOV/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia
"Este tipo de acordo é oferecido a todos os novos detidos", declarou numa mensagem publicada hoje na rede Telegram, a organização humanitária Memorial, co-vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2022, para a qual Orlov trabalhou.
A Rússia oferece contratos militares aos detidos em troca de libertação antecipada, caso sobrevivam aos combates.
De acordo com a imprensa independente, dezenas de milhares de prisioneiros têm sido enviados para a linha da frente desde 2022, muitas vezes para as missões mais mortíferas.
Figura de destaque na defesa dos direitos humanos, Orlov foi condenado no final de fevereiro a dois anos e meio de prisão por ter criticado publicamente a ofensiva na Ucrânia, um padrão recorrente com quase todos os opositores do regime russo.
De acordo com a Memorial, Orlov foi transferido em 11 de março para o centro de detenção provisória nº 5, no noroeste de Moscovo, onde recebeu essa oferta "quase imediatamente".
"Oleg Petrovitch perguntou, rindo, se a sua idade não o impedia [de ir lutar] (...) Disseram-lhe que nada era inconveniente", descreveu a organização, acrescentando que o dissidente "foi claro" ao recusar a proposta.
Veterano da Memorial, cuja existência foi proibida pela justiça russa no final de 2021, Oleg Orlov optou, ao contrário de muitos outros críticos do Kremlin (presidência russa), por continuar a viver na Rússia para "continuar a luta".
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