"Uma ofensiva generalizada em Rafah não teria justificação. Mais de um milhão de pessoas procuraram refúgio ali e não têm para onde fugir", explicou a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, na sua conta na rede social X.
"É necessário um cessar-fogo humanitário imediato para que não morram mais pessoas e para que os reféns sejam finalmente libertados", acrescentou a chefe da diplomacia alemã.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deu hoje a sua aprovação aos planos do Exército israelita, que já no final de fevereiro afirmava ter uma estratégia para levar a cabo uma ofensiva sobre Rafah sem colocar em perigo os civis.
A aprovação de Netanyahu foi uma simples formalidade, mas ainda não se sabe como as tropas planeiam evacuar ou proteger 1,4 milhões de habitantes de Gaza.
A Alemanha, desde os ataques do Hamas em 07 de outubro, tem estado entre os países que mais demonstraram solidariedade com Israel.
A aprovação do plano do Exército por Netanyahu ocorre antes de o chanceler alemão, Olaf Scholz, se reunir com o chefe do Governo israelita no domingo, em Israel.
O porta-voz do Governo alemão já informou que Scholz irá reiterar ao primeiro-ministro israelita a inadmissibilidade de uma ofensiva militar terrestre em Rafah.
Os Estados Unidos também já manifestaram a sua oposição a qualquer ofensiva em Rafah que ponha em perigo os civis que aí se refugiaram.
Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza durante o ataque sem precedentes de 07 de outubro pelos comandos do Hamas no sul de Israel, que causou a morte de pelo menos 1.160 pessoas, na maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.
Segundo Israel, 130 reféns capturados a 07 de outubro continuam detidos em Gaza, 32 dos quais terão morrido.
A operação militar israelita lançada em represália ao ataque de 07 de outubro já causou quase 31.500 mortos, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
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