"Este foi o único governo (...) que nos primeiros dias cumpriu meticulosamente cada um dos pontos que tinha prometido na campanha", disse o porta-voz presidencial Manuel Adorni, argumentando que o executivo "atacou o défice fiscal desde o início" e trabalhou no equilíbrio das contas públicas para "acabar com a inflação e destruição da moeda", ao mesmo tempo que "avançou tão rapidamente" em termos de segurança.
Adorni considerou que este Governo é "um estudo de caso" por ter tido que lidar com muitos fatores desfavoráveis.
"É um caso atípico", insistiu Adorni, em conferência de imprensa na sede do executivo, porque, desde que o Presidente argentino, o populista Javier Milei, tomou posse, em 10 de dezembro, o Congresso rejeitou vários projetos legislativos fundamentais para o executivo, e a principal central sindical convocou uma greve em 24 de janeiro, com paralisações de comboios e autocarros.
O executivo de Milei também se orgulha de ter "alterado o conceito de governabilidade", porque agora "é dado pelo apoio do povo", num contexto em que o seu partido, A Liberdade Avança, só tem 38 deputados, sete senadores e nenhum governador provincial.
Milei, por sua vez, publicou uma mensagem na rede social X do chefe da bancada dos deputados do seu partido, Oscar Zago, que afirmou que em cem dias "evitaram a hiperinflação" que "o governo anterior deixou ativada". Zago reivindicou ainda que o executivo "começou o processo sustentado de desinflação", "acabou com os piquetes [de protestos de trabalhadores]" e "contrariou a insegurança e o narcoterrorismo".
Adorni reconheceu que "ainda há muito a fazer", lembrando que na Argentina sete em cada dez crianças ainda são pobres.
Milei é uma 'outsider' populista que, através de um discurso agressivo contra a "casta política", venceu as eleições em novembro passado, com 56% dos votos.
Apesar do severo ajustamento económico que provocou a perda de poder de compra, dos salários e das reformas, com a inflação a subir para 276,2% anualmente em fevereiro passado, Milei mantém uma imagem positiva de mais de 50% dos inquiridos em sondagens.
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