"As atividades cibernéticas maliciosas da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) geram aproximadamente 50% de sua receita em moeda estrangeira e são usadas para financiar os seus programas de armamento ", lê-se no documento, citado hoje pela agência de notícias da Coreia do Sul Yonhap.
Com base em informações dadas pelos Estados-membros, o painel referiu ainda que Pyongyang financia 40% dos seus programas de armas de destruição maciça através de "meios cibernéticos ilícitos".
Estão em investigação 58 ciberataques, suspeitos de decorrerem entre 2017 e 2023 contra empresas do setor das criptomoedas, envolvendo três mil milhões de euros.
O painel do comité de sanções do Conselho de Segurança da ONU (UNSC) divulgou o relatório final sobre a investigação que levou a cabo entre julho de 2023 e janeiro último, com base em materiais de código aberto, informações de países membros da ONU e outras fontes.
Durante o período que decorreu a investigação, os peritos indicaram que as atividades continuaram a visar a indústria de ativos digitais, num esforço para contornar as sanções da ONU e gerar receitas.
Sob investigação estão 17 crimes envolvendo criptomoedas no ano passado, cuja responsabilidade pode ser da Coreia do Norte, e que terão envolvido mais de 750 milhões de dólares, precisou a mesma fonte.
"Uma empresa cibernética classificou a RPDC como o ladrão cibernético mais prolífico do mundo",lê-se.
Apesar de desrespeitar as sanções do Conselho de Segurança da ONU, os norte-coreanos têm triplicado os seus programas nucleares e de mísseis, segundo os mesmos peritos, que recordaram que o último teste nuclear conhecido remonta a 2017.
"O reator de água leve parecia estar operacional em Yongbyon, e as atividades no local de testes nucleares de Punggye-ri continuaram", segundo o painel, que destacou as declarações do Diretor-Geral da Agência Internacional da Energia Atómica, Rafael Grossi, sobre atividades em curso, que poderiam levar à produção de mais materiais utilizados em armas nucleares.
Com base nas suas observações e nas informações de Estados-Membros, os peritos consideraram que a Coreia do Norte fez avançar o seu programa de mísseis em vários aspetos, incluindo a fiabilidade, a capacidade de manobra, a precisão, as explosões aéreas e o fabrico de lançadores móveis.
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