Zelensky insiste em usar bens russos congelados para "restaurar Ucrânia"
O Presidente ucraniano defendeu hoje como "justo" usar recursos financeiros russos congelados para "restaurar a vida na Ucrânia", destruída por ataques da Rússia, e apelou a progressos na adesão de Kiev à União Europeia (UE).
© Artur Widak/NurPhoto via Getty Images
Mundo Ucrânia
"É necessário ir mais longe na utilização justa de bens russos congelados. O agressor tem de pagar o preço mais alto pela guerra. Este ano, precisamos de usar os bens russos para proteger e restaurar a vida na Ucrânia, que o agressor está a destruir", disse Volodymyr Zelensky aos líderes europeus, num discurso a que a Lusa teve acesso.
Participando na reunião do Conselho Europeu de hoje por videoconferência, o Presidente da Ucrânia considerou que "é apenas justo" fazê-lo para "reconstruir a Ucrânia, depois das hostilidades".
"A Rússia tem de sentir o verdadeiro custo da guerra e a necessidade de uma paz justa", acrescentou.
Zelensky também fez os habituais pedidos: mais munições, reforço da capacidade aérea militar da Ucrânia e um sinal claro da adesão à UE.
Sobre o "verdadeiro início das negociações", o chefe de Estado ucraniano disse que "os ucranianos precisam de ver que estão mais próximos" do bloco comunitário: "É um elemento-chave para motivar a nossa população na luta contra a Rússia".
Na quarta-feira, a Comissão Europeia anunciou uma proposta para mobilizar os rendimentos dos bens russos congelados na União Europeia, devido às sanções à Rússia, para apoiar a Ucrânia com armas, munições e material não militar.
"Apresentei uma proposta do Alto Representante para uma decisão do Conselho no sentido de utilizar as receitas inesperadas dos ativos imobilizados da Rússia para apoiar a Ucrânia na sua luta para prevalecer", anunciou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
No dia em que o executivo comunitário divulgou a esperada proposta relativa à utilização dos lucros dos bens russos congelados na UE para mobilizar essas verbas para a Ucrânia, o alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e para a Política de Segurança precisou que 90% serão afetados através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (que financia a compra de armas e munições de proteção) e 10% através do orçamento da UE (apoio não militar).
Segundo os últimos cálculos, esta iniciativa deverá permitir arrecadar três mil milhões de euros em juros e vencimentos este ano, num total de mais de dez mil milhões de euros por ano até 2027.
A proposta surge depois de, em meados de fevereiro, o Conselho da UE (no qual se juntam os Estados-membros) ter adotado uma decisão preliminar para se poder vir a usar os lucros dos ativos e reservas do banco central russo, congelados pelos países europeus, para pagar uma futura reconstrução da Ucrânia após a guerra.
Em causa está um regulamento sobre as obrigações dos depositários centrais de valores mobiliários que detêm ativos e reservas do banco central da Rússia imobilizados na UE devido à aplicação de sanções.
[Notícia atualizada às 18h27]
Leia Também: Rússia convoca embaixadora suíça sobre uso de fundos russos congelados
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com