Membro da oposição da Índia acusado de corrupção no estado de Deli
Um dos principais opositores do primeiro-ministro indiano compareceu hoje em tribunal depois de ter sido detido no âmbito de uma investigação de corrupção encarada pelos apoiantes como "conspiração política".
© Reuters
Mundo Índia
O caso judicial contra Arvind Kejriwal é desencadeado a menos de um mês do início das eleições na Índia.
Arvind Kejriwal, um político destacado de Nova Deli detido na quinta-feira, foi conduzido hoje à sala de audiências de um tribunal da capital indiana, sob escolta policial, para solicitar libertação sob fiança.
Inicialmente, a equipa jurídica de Kejriwal pretendia contestar a legalidade da detenção no Supremo Tribunal, mas Shadan Farasat, um dos seus advogados, disse à Agência France Presse (AFP) que ia apresentar o pedido num tribunal de primeira instância.
Kejriwal, um dos principais líderes da aliança da oposição que pretende enfrentar Narendra Modi a partir de 19 de abril nas próximas eleições, ficou detido na quinta-feira à noite após várias horas de interrogatório.
Centenas de apoiantes do partido Aam Aadmi (AAP) manifestaram-se hoje em protesto contra a detenção, tendo a polícia dispersado uma multidão que tentava bloquear um cruzamento rodoviário.
Vários manifestantes foram detidos, incluindo a Ministra da Educação do Estado de Deli, Atishi Marlena Singh, e o responsável estadual da Saúde, Saurabh Bhardwaj, de acordo com um jornalista da AFP no local.
A ministra do governo estadual anunciou a detenção de Kejriwal, 55 anos, na noite de quinta-feira, denunciando uma "conspiração política" orquestrada pelo Partido Bharatiya Janata (BJP), nacionalista hindu, de Modi.
Atishi Marlena Singh afirmou à imprensa que "se for necessário, Arvind Kejriwal vai dirigir o governo a partir da prisão".
Outros pequenos comícios de apoio a Kejriwal realizaram-se hoje em várias cidades da Índia, país composto administrativamente por 28 estados e sete territórios.
Kejriwal foi acusado de corrupção na atribuição de licenças privadas para a venda de álcool.
Em 2021, o governo introduziu uma política controversa de liberalização da venda de álcool no estado de Deli, convidando operadores privados a abrir lojas e pondo fim ao monopólio estatal.
Esta política de liberalização foi suspensa em 2022 e a investigação subsequente sobre a alegada corrupção na atribuição de licenças já resultou na prisão de dois membros superiores do AAP de Kejriwal.
Kejriwal, 55 anos, lidera o governo do estado de Deli há quase uma década tendo assumido o cargo como defensor da luta contra a corrupção.
Nas últimas semanas resistiu a várias convocatórias da justiça para ser interrogado no âmbito da investigação.
Trata-se de um dos vários líderes da oposição que estão a ser alvo de investigações criminais.
Segundo o líder do governo do Estado de Tamil Nadu, no sul do país, M.K. Stalin, membro do bloco da oposição, a detenção de Kejriwal "parece uma caça às bruxas".
"Nem um único líder do BJP está a ser escrutinado ou detido, o que demonstra o abuso de poder e o declínio da democracia", acrescentou.
Os opositores políticos de Modi e os grupos internacionais de defesa dos direitos humanos há muito que alertam sobre ataques à democracia na Índia.
O grupo de reflexão norte-americano, Freedom House, afirmou este ano que o BJP tinha "utilizado cada vez mais as instituições governamentais para atingir os opositores políticos".
Rahul Gandhi, membro do principal partido da oposição e descendente de uma dinastia que dominou a política indiana durante décadas, foi condenado por difamação no ano passado, na sequência de uma queixa apresentada por um membro do partido de Modi.
Gandhi foi condenado a dois anos de prisão, mas o veredicto foi suspenso na sequência de um recurso.
O AAP e vários outros partidos formaram uma coligação de oposição que concorre às eleições.
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