Turquia descontente com reação israelita a acusações do presidente turco
A Turquia acusou hoje Israel de ter como alvo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por ter denunciado crimes contra civis em Gaza e desejado a morte do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
© REUTERS/Bernadett Szabo
Mundo Recep Tayyip Erdogan
As declarações de Erdogan levaram o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita a convocar o encarregado de negócios da embaixada turca para uma "severa repreensão", segundo a agência espanhola EFE.
"As autoridades israelitas estão a tentar esconder os graves crimes cometidos para criar um escudo de impunidade", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco num comunicado.
"Estão a enfurecer-se contra o Presidente Erdogan por ter proclamado a verdade nua e crua", acrescentou, numa reação à convocação do encarregado de negócios da embaixada turca em Telavive.
O diplomata foi chamado para "uma severa repreensão no contexto do ataque de Erdogan ao primeiro-ministro Netanyahu e das suas ameaças de o enviar para Deus", anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, nas redes sociais.
"Enviaremos a pessoa conhecida como Netanyahu a Alá, chamado o Vitorioso. Que Alá o destrua", disse Erdogan no domingo, num evento público em que manifestou o apoio da Turquia aos "irmãos palestinianos".
Israel chamou o embaixador em Ancara em outubro, depois de Erdogan ter comparado a guerra em Gaza ao Holocausto.
A Turquia fez o mesmo com o embaixador em Telavive, que foi chamado para consultas em novembro.
Na nota divulgada hoje, Ancara afirma que a Turquia "continuará a dizer a verdade" sobre a ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro.
Acrescenta que a opinião pública mundial "aguarda ansiosamente o dia em que os altos funcionários israelitas serão julgados pelos seus crimes", numa alusão ao processo por genocídio aberto em Haia.
O ataque do Hamas em solo israelita causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades de Israel.
Desde então, Israel tem em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou cerca de 32.000 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
O grupo islamita palestiniano, que controla Gaza desde 2007, é classificado como uma organização terroristas por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
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