"Não representa uma mudança de rumo", declarou o conselheiro de segurança John Kirby, citado pela agência francesa AFP.
Kirby disse que Washington, que até agora tinha bloqueado vários projetos de resolução do mesmo tipo, não votou a favor do texto porque lhe faltavam elementos essenciais, como a condenação do grupo islamita palestiniano Hamas.
O conselheiro de segurança do Presidente Joe Biden disse também que os Estados Unidos não detetaram uma "ameaça imediata e credível" do grupo 'jihadista' Estado Islâmico contra o território norte-americano.
"Não damos isso por garantido e mantemo-nos vigilantes todos os dias", acrescentou.
O grupo 'jihadista' também conhecido pelo acrónimo árabe Daesh reivindicou o atentado ocorrido na sexta-feira em Moscovo, que causou 137 mortos e 182 feridos.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje com a abstenção norte-americana uma resolução a exigir um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, que está há mais de cinco meses sob fogo de Israel.
Desencadeada por um ataque do Hamas que fez cerca de 1.200 mortos em Israel em 07 de outubro, a ofensiva militar israelita causou mais de 32.000 mortos em Gaza, segundo o grupo islamita palestiniano.
Trata-se da primeira vez que o Conselho de Segurança consegue aprovar uma resolução relativamente a um cessar-fogo em Gaza, após vários projetos terem sido consecutivamente vetados.
No caso mais recente, Rússia e China vetaram na sexta-feira uma resolução dos Estados Unidos por não exigir a suspensão dos combates e vincular o cessar-fogo à libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
A resolução agora aprovada "exige um cessar-fogo imediato para o mês do Ramadão, respeitado por todas as partes, levando a um cessar-fogo duradouro e sustentável".
O Ramadão, o mês sagrado dos muçulmanos, começou em 10 de março e termina em 09 de abril, o que significa que a exigência de cessar-fogo abrange duas semanas.
Na resolução, o Conselho de Segurança afirma que a pausa nos combates deverá levar "a um cessar-fogo duradouro e sustentável".
Exige também a libertação imediata e incondicional de todos os reféns, assim como a garantia de acesso humanitário para atender a necessidades médicas e outras.
Pede ainda que as partes em conflito cumpram as obrigações ao abrigo do direito internacional "em relação a todas as pessoas que detêm".
A resolução foi apresentada pelos 10 Estados-membros eleitos do Conselho de Segurança: Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovénia e Suíça.
O Conselho de Segurança inclui ainda os membros permanentes Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, que têm poder de veto, ao contrário dos membros eleitos.
Desde o início da guerra atual entre Israel e o Hamas, o Conselho apenas conseguiu aprovar duas resoluções e nenhuma delas dizia respeito a um cessar-fogo, mas sim a questões humanitárias.
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