Zimbabué limita reuniões públicas para conter surto de cólera

O Governo do Zimbabué anunciou hoje medidas de controlo rigorosas sobre as reuniões públicas, especialmente as religiosas, face ao surto de cólera que já matou pelo menos 550 pessoas desde setembro passado.

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Lusa
26/03/2024 20:43 ‧ 26/03/2024 por Lusa

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Cólera

"No período que antecede as férias da Páscoa, o Conselho de Ministros deu instruções ao Ministério da Saúde para intensificar o controlo e a supervisão de todas as reuniões públicas para minimizar a propagação da cólera", anunciou em conferência de imprensa o ministro da Informação e porta-voz do Governo, Jenfan Muswere.

"O Conselho de Ministros ordenou ainda que, no futuro, não se realizem reuniões da igreja sem que os líderes da igreja instalem furos (...), bem como infraestruturas de saneamento", acrescentou.

O Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, ordenou a instalação de furos alimentados por energia solar nos locais onde se realizam frequentemente reuniões públicas para "garantir o fornecimento de água potável e saneamento", disse o porta-voz.

Além disso, de acordo com Muswere, "todas as reuniões devem obter autorização prévia (...) das autoridades sanitárias", com o objetivo de travar um surto que já registou cerca de 29 mil infeções desde o ano passado e se espalhou pelos 64 distritos do país.

Em 2008, o Zimbabué sofreu um surto de cólera que matou mais de 4 mil pessoas e infetou cerca de 100 mil em todo o país.

A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a bactéria 'Vibrio cholerae'.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cólera continua a ser "uma ameaça global para a saúde pública e um indicador de desigualdade e falta de desenvolvimento".

No passado mês de fevereiro, a OMS alertou para um grave aumento dos casos da doença na África Oriental e Austral, sendo a Zâmbia e o Zimbabué os países mais afetados, tendo também sido registadas infeções em Moçambique, na Tanzânia, na Etiópia e na República Democrática do Congo (RDCongo), entre outros.

Leia Também: Quase 900 novos casos de cólera e uma morte em Moçambique em dez dias

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