"Estamos dispostos a reforçar os intercâmbios e a comunicação com vários partidos, grupos e representantes políticos de Taiwan com base no princípio 'uma só China'", disse hoje o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Governo chinês, Chen Binhua, numa conferência de imprensa.
Segundo Chen, a "insistência obstinada" do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder, na sua "posição a favor da independência de Taiwan" constitui um "obstáculo fundamental" às interações.
Em 20 de maio, o atual vice-presidente de Taiwan, William Lai (Lai Ching-te), tomará posse como líder do território, depois de ter vencido as eleições de 13 de janeiro.
Lai descreveu-se no passado a si próprio como um "pragmático independentista de Taiwan". Durante a sua campanha, ele comprometeu-se a prosseguir as políticas da Presidente cessante, Tsai Ing-wen, para manter a paz no Estreito da Formosa: aumentar as capacidades militares, reforçar a independência económica, estreitar os laços com as principais democracias do mundo e construir uma liderança baseada em princípios.
O líder do DPP também afirmou que, nos últimos oito anos, a China "não respondeu" às boas intenções de Tsai.
O Governo chinês anunciou, em 2016, a suspensão das comunicações com Taiwan, depois de alegar que o DPP não reconhece o chamado "Consenso de 1992", que orientou as relações entre os dois territórios nos anos anteriores.
O "Consenso de 1992" é uma fórmula ambígua que permite tanto a Pequim como a Taipé considerarem-se parte da "China", cada um interpretando a "China" à sua maneira: comunista para uns e democrática para outros.
Por outro lado, a China não reconhece o estatuto jurídico internacional de Taiwan, uma ilha autogovernada desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949.
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